domingo, 29 de julho de 2012

Isso me faz lembrar uma grande amiga.

"Se você abre uma porta, você pode ou não entrar em uma nova sala. Você pode não entrar e ficar observando a vida. Mas se você vence a dúvida, o temor, e entra, dá um grande passo: nesta sala vive-se!
Mas, também, tem um preço...
São inúmeras outras portas que você descobre.
Às vezes curte-se mil e uma.
O grande segredo é saber quando e qual porta deve ser aberta.
A vida não é rigorosa, ela propicia erros e acertos. Os erros podem ser transformados em acertos quando com eles se aprende.
Não existe a segurança do acerto eterno.
A vida é generosa, a cada sala que se vive, descobre-se tantas outras portas.
E a vida enriquece quem se arrisca a abrir novas portas.
Ela privilegia quem descobre seus segredos e generosamente oferece afortunadas portas.
Mas a vida também pode ser dura e severa.
Se você não ultrapassar a porta, terá sempre a mesma porta pela frente.
É a repetição perante a criação, é a monotonia monocromática perante a multiplicidade das cores, é a estagnação da vida...
Para a vida, as portas não são obstáculos, mas diferentes passagens!"
(Frases e Pensamentos de Içami Tiba)

De volta pessoal!!!!

Que bom estar de volta.
Renovada, afinal foram vários dias de descanso, convivência familiar conhecendo lugares lindos em companhia de meu filho e meu marido.
Também tiveram momentos de estudo e leitura.
Estive em Curitiba - Brasil - no Fórum de Gestão, Liderança e Competências na Educação. Foram dois dias de muito aprendizado.
E para completar uma boa leitura: 
Relações entre Bebês e Adultos na Creche.
O cuidado como ética.
Este livro aborda os sentidos do cuidado na creche, considerado como sua função central, e o foco na potência dos bebês, as particularidades das crianças de 0 a 1 ano.
Nos próximos posts irei socializando trechos mais significativos.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Férias!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Neste período estarei assim:

terça-feira, 10 de julho de 2012

1º Auditório Julino do CEI

Para encerrar o semestre tivemos o nosso 1º Auditório.
Organizamos o espaço e convidamos pais e responsáveis para vir prestigiar os pequenos. 
Foram muitos dias de ensaios e preparação para as apresentações, afinal é a primeira vez, mas tudo acabou muito bem. Muitos pais e ou responsáveis compareceram para assistir as apresentações e os pequenos se superaram. Dançaram e se encantaram diante de tantas pessoas e muitas, mas muitas palmas.
Muitos sorrisos e alguns choros, mas no final tudo acabou bem.
Também tivemos delícias preparadas com muito carinho pela equipe de funcionárias do CEI.
Confira alguns momentos. 

 Parabéns às crianças, professoras e funcionários!
  

domingo, 8 de julho de 2012

Congresso Internacional de Educação Infantil em Barcelona - Espanha

Conhecendo o que rola no mundo sobre a Educação Infantil...
E desta vez, uma escritora conceituada e conhecida por todos que gostam e estudam a Educação Infantil: Maria Carmem Barbosa UFRGS.
Congresso Internacional de Educação Infantil 
Conferência: A vida Cotidiana. Maria Carmem Barbosa

Olá pessoal!
Foram muitas conferências e algumas mesas redondas que participei, portanto terei que postar aos poucos.
Uma dessas conferências foi com a Professora Maria Carmem Barbosa, da UFRGS, que lindamente, com sua maneira poética e sensível de dizer coisas tão complexas, nos ajudou a refletir sobre o uso dos tempos na educação infantil.
Ao iniciar a palestra, citou Mia Couto, um famoso escritor moçambicano:
"A infância é quando ainda não é demasiado tarde. É quando estamos disponíveis para nos surpreendemos, para nos deixamos encantar. Quase tudo se adquire nesse tempo em que aprendemos o próprio sentido do tempo". 
Segundo Maria Carmem, o cotidiano é o tempo que as pessoas vivem e a rotina trata-se do modo como organizamos esse tempo.
Felix Guattari afirmou no final do século XIX que a creche era um espaço de iniciação e que uma das iniciações mais importantes da criança era no tempo do capital. Os processos econômicos de aceleração, vistos desde essa época, diminuem o tempo para vivermos nossas experiências mais profundamente, estar com o outro, conversar, é substituído pelo imediatismo da compra ou entrega de produtos. As escolas infantis, apesar de serem "improdutivas", apresentam também esse tempo do capital. Há três características muito fortes na vivência com o tempo nas instituições da infância que relevam isso:
1.Ausência do tempo. Vivemos uma angústia com o tempo, no que se refere a escuta das crianças, já que nos implicamos mais em manter a atenção delas, em desenvolver-lhes habilidades e em responder à solicitação da sociedade para preparar-lhes para o futuro.
2. Pressa excessiva. Vemos crianças sendo apressadas para seguir ao tempo dos colegas. Trata-se do tempo da fábrica, como no filme:"Tempos Modernos" de Charles Chaplin.
3. Fragmentação do tempo. Os tempos nas instituições são fixos, sequenciados, lineares, estabelecidos pelos adultos.
Mas se a rotina é organizada por nós, também temos a possibilidade de desorganizá-la. Mas é preciso lembrar que essa organização, não é apenas da escola, mas da sociedade. Essa temporalidade acelerada que invade a escola e a vida das crianças precisa de resistência. Aceleração causa ausência de sentido e uma sensação de fracasso profissional e pessoal.
Maria Carmem aponta três formas de resistência:
1. Escola como lugar de encontro: Para resistirmos, é preciso entendermos a escola enquanto lugar de encontro, com tempo para estarmos juntos. Lugar de segurança, onde as crianças vão para compartilhar fazeres, saberes, pensamentos, dúvidas. Lugar onde o extraordinário invade o cotidiano. Mas, para constituir, encontros na vida cotidiana, precisamos de tempo.
As novas gerações precisam ter uma outro relação com o tempo. Precisam ver o tempo como algo precioso, que deve ser dividido e compartilhado com os outros. Fazer isso é oferecer às crianças resistência ao tempo do capital.
São as experiências cotidianas que nos ensinam como nos inserimos no mundo. Assim, precisamos construir e trocar experiências, colocar o patrimônio cultural unido a dimensão sensível dos sujeitos, ampliar os sentidos do dia a dia. Necessitamos, portanto, construir tempo para estar juntos, nos fazermos presente, estarmos atentos e interessados. Estar juntos e compartilhar o tempo é o primeiro ato de resistência.
2. Brincar. Brincar é a capacidade de inventar mundo, e as crianças brincam cada vez menos. Essa é uma necessidade humana, mas temos oferecido cada vez menos oportunidades para as crianças brincarem. O desenvolvimento dos sujeitos está vinculado as possibilidades que o ambiente oferece à eles, e são os pequenos atos que oferecem a formação de um mundo imaginário.
Só quem imagina é que pode construir novos mundos e as crianças que inventam o mundo em suas brincadeiras poderão ter mais disposição para criar também novos mundo quando se tornarem adultos.
3. Narrativa. Narrar a vida. As narrativas para as crianças, sejam sobre elas mesmas ou sobre o mundo, constituem sua memória e criam espaço para o pensamento. Narrativas podem transformar crianças em protagonistas, pois contribuem para valorizar suas vozes. A documentação pedagógica é uma forma de deixar essas narrativas mais potentes e esse tipo de narrativa estabelece valores para a sociedade em relação a quem são as crianças. O currículo pode ser visto como uma narrativa, e não como uma prescrição. Ainda existe uma forte ideia de que se tivéssemos um currículo único a educação andaria bem e de que sem um currículo fechado as crianças não aprenderiam nada. Isso não é assim. É certo que uma escola feliz não é uma escola onde não há aprendizagem, mas precisamos aprender juntos.
Além disso, a narrativa une as pessoas e as diferentes gerações. Narrar cumpre função ética e estética e une fazer e falar, cria memórias ativas. O tempo se constrói pela narrativa que une o ontem e o amanhã. Esta é também uma forma de construir tempos, pois é mais do que um registro, é uma instauradora de ficção.
Já finalizando sua fala, Maria Carmem citou Boaventura de Souza Santos, sociólogo português que disse: "O neoliberalismo é antes de tudo uma cultura de medo, sofrimento e morte para a grande maioria. A ele não se combate se não pusermos uma cultura de esperança, de vida". Nesse sentido, a escola não pode reduzir a vida tal como é. A experiência, a brincadeira e a narrativa são elementos essenciais da educação das crianças. A atenção aos detalhes, a delicadeza, sensibilidade são instrumentos políticos fundamentais do processo educativo. Precisamos viabilizar uma cultura de esperança e alegria, através de um outro modo de viver o tempo. O tempo não é apenas aquele que passa, mas que precisa ser vivido e compreendido para vivermos uma vida justa e alegre.
Precisamos também criar reservas de entusiasmo que nos dão vontade de continuar com as coisas.
E novamente citando Mia Couto, termina: "Quem fala do tempo fala da espera e de sua irmã gemea que é a esperança".
Aproveito para divulgar a vocês algumas reflexões que realizei a partir texto de Maria Carmem Barbosa, intitulado: "Os usos do tempo".
A autora também coordenou a realização do documento: "Práticas Cotidianas para a Educação Infantil - Bases para a reflexão sobre as orientações curriculares". Esse documento é uma referência na área e deveria ser lido por todos que trabalham direta ou indiretamente com crianças pequenas.

Congresso Internacional de Educação Infantil em Bacelona - Espanha


Conhecendo o que rola no mundo sobre a Educação Infantil...
Dando continuidade, a professora Janaína Maudonnet socializa mais uma paletra.

Conferência: Participação como forma de viver.
Ofelia Revesco
Olá a todas e todos!
A próxima conferência que divulgarei para vocês foi a proferida pela professora Ofélia Revesco, do Uruguay.
Segundo Ofélia, a educação não tem que ser apenas acadêmica. Temos que recuperar as palavras sonho, afeto, alegria. As crianças sonham e porque sonham é que fazem muitas coisas. Temos que recuperar esses sonhos. Ela apontou seu desejo de que saíssemos do Congresso mais alegres e fortes para mudar a realidade. Que tenhamos sonho e alegria para refletirmos juntos, disse a professora.
Após esse inspirador preâmbulo, Ofélia nos fez refletir sobre o significado da palavra participação. Em educação infantil sempre se fala de participação: participação das crianças, das famílias e da comunidade. Mas o que queremos dizer com participação? Participação das crianças pode querer dizer que elas tenham que fazer uma atividade qualquer como pintar uma flor pronta, ou pode querer se referir a escuta de suas falas para gerar uma atividade ou pode ainda se relacionar ao entendimento de que as crianças tenham que decorar um poema.
Em relação a família pode se referir ao fato desta ir e prestar atenção às reuniões de pais, ouvindo o que dizem os professores, ou preparar junto `a instituição o material didático, ou ainda construir algo para a escola.
Quanto à comunidade, essa participação pode ser entendida como a entrega de recursos, a ajuda na execução de mobiliários ou pintura da escola.
Quando falamos em participação há uma diversidade conceitual. Temos que usar cuidadosamente as palavras, porque elas criam realidade.
Dizemos a mesma a palavra, mas não nos comunicamos, porque o sentido é distinto. O sentido etimológico da palavra é uma comunhão íntima: Comum união íntima. Quer dizer intimidade. Mas só temos intimidade quando nos queremos muito. Quer dizer também intercâmbio, câmbio entre (troca). Essa intimidade permite que se produza mudança em nós e com que a dividimos. O sentido etimológico é absolutamente antônimo do individualismo. Não pode haver participação se há individualismo.
Temos que recuperar os clássicos da educação: Comenius, Montagne, Rousseu, Montessori, Decroly, Froebel: O que para eles quer dizer participação? Propósitos compartilhados. Não há possibilidade de participação se não há propósitos compartilhados. Ser parte de. Compartilhar propósitos, mesmo com as diferenças culturais. O que dizem nossos avós, bisavós da educação (os clássicos)? Participação exige confiança. Não há como participar sem confiança. Confiança de que as crianças são capazes, confiança que os professores são capazes. “Me fio del outro” (acredito no outro). Avós da educação também afirmam que o que advém da participação é um produto coletivo. Não há mais nomes individuais, mas é ma produção coletiva.
Esse paradigma pedagógico que compartilhamos exige-se que a participação deve reconhecer o outro. O sentido etimológico da palavra conhecer se refere a idéia de que só se conhece quando a relação com o conhecido é integral e para isso tem que ser um conhecimento físico, afetivo, biológico, etc.. Participar significa mais que conhecer, mas reconhecer.
Mas além de reconhecer, é preciso valorizar, maravilhar-se pelo o outro, ficar maravilhado com o que o outro é, fala e faz: me apaixonar pelo outro. O valorizo e para mim, o outro passa a ser importante, por isso trato de aprender com ele.
Vivemos em uma sociedade extremamente individualista. Perdemos a riqueza da família ampliada, das relações entre vizinhos. Para fazermos participação temos que sair do individualismo e estarmos atento a olhar e ouvir. Mas observar atentamente, sem óculos escuros, como as crianças que observam os detalhes. Temos que nos assombrar, sair da sombra (sem sombra). Precisamos assombrarmos com que escutamos e observamos.
Precisamos perder o medo da heterogeneidade. Perder o medo da resposta divergente. Participação exige uma mudança profunda e isso não é só um processo cognitivo, mas integral, que também envolve corpo e afetividade, trata-se de mudar de paradigmas. Necessitamos de tempo para que diversidade apareça. Somos impacientes, não deixamos que as respostas aconteçam. Criar não é fácil. Cada um tem a sua forma de criar e precisa de tempo. Precisamos de maior tempo e para isso temos que ter paciência. E nossa sociedade além de individualistas, somos impacientes. Há coisas que se demoram mais e outras menos.
Precisamos reconhecer que temos medo, porque temos necessidade de controlar. Temos que perder o medo. Não é possível participar sem perder o medo. Para gerar participação exige-se uma mudança profunda em cada um de nós. Temos que reconhecer nossa falta de paciência. Reconhecer que temos preconceitos, pois sem nos dar conta discriminamos.
Somos competitivos, comparamos crianças, temos expectativas em relação à elas. Queremos que as crianças saibam fazer as coisas cedo (escrever,ler, contar,...) e isso nos faz orgulhosos. Mas temos o compromisso de respeitar, valorizar, confiar, ouvir e querer ao outro. O afeto tem sentido e importância. A palavra querer é fundamental na educação e na educação infantil ainda mais.
Paulo freire nos ajuda a pensar a participação enquanto exercício da voz (ter palavra). Estamos perdendo a voz, pois a escola nos ensina a nos calar. Para ter participação temos que recuperar a voz, que como afirma Freire, é um direito dos cidadãos. Fazer isso é absolutamente necessário em uma educativa progressista.
A educação infantil é progressista de nascimento, porque nascemos de uma mudança de paradigma, que se acontecesse nos outros níveis de educação teríamos um outro fazer educativo. Os avós de nossa educação, apontaram a existência das crianças, apontaram que a educação era para todos. Portanto, nós educadores da infância temos que ser progressistas e querer uma sociedade mais justa.
Estamos submetidos a pacotes de sistemas educativos (como os apostilados). Se tivéssemos confiança no que fazemos não teríamos medo aos pacotes, mas nos prepararíamos para eles. Professores submetidos a pacotes e estudantes que estão submetidos ao dever de estudar sem falar. Professores como zeladores, cozinheiras e vigilantes que também são educadores e que devem ter voz; pais e mães que são convidados apenas para queixas do filho ou para contribuir com dinheiro ou arrumar alguma coisa da escola. Tudo isso mostra de um lado a total proibição da participação e a falsa idéia de que estão participando.
Educação é uma tarefa participativa, pois é de todos. Os líderes tem que gerar condições para que as vozes surjam e que sejam plasmada em uma construção comum, distinta e única. Não são apenas os professores os responsáveis pela educação. Todos tem essa responsabilidade. O trabalho colaborativo nos alivia a carga e nos dá mais alegria.
Portanto, finaliza Ofélia, vamos fazer participação no sentido etimológico da palavra!
Postado em: http://pedagogiacomainfancia.blogspot.com.br/search?updated-min=2012-01-01T00:00:00-02:00&updated-max=2013-01-01T00:00:00-02:00&max-results=19

domingo, 1 de julho de 2012

Congresso Internacional de Educação Infantil em Barcelona - Espanha.

Conhecendo o que rola no mundo sobre a Educação Infantil...
Janaína Maodonnet
Olá a todas e todos!
Faz algum tempo que não escrevo e me desculpo por isso. Tentarei ser mais diligente, mas como sabem, final de semestre é complicado para todos nós educadores.
Escrevo da cidade de Barcelona, Espanha para contar as novidades do Congresso Internacional de Educcação Infantil, promovido pela Associacio de Mestres Rosa Sensat.
Espero poder compartilhar com vocês um pouco das discussões que tenho ouvido por aqui.
Serão dois dias de Congresso - dia 30/06 e dia 01/07. Como são muitas discussões e interessantíssimas, vou trazê-las aos poucos. Espero com isso ajudá-las e ajudá-los a terem mais força na defesa pela educação da infância.
Foi justamente conclamando esse desejo de juntar esforços e de transmitir força a todos nessa batalha a favor das crianças pequenas, que, Irene Balaguer, a presidente da Associació Rosa Sensat abriu o Congresso. Ela nos chamou a atenção para a união entre utopia e realidade, que em geral se pensa que são diferentes, mas que devem coexistir. De fato, as experiências mostradas ao longo do primeiro dia do Congresso mostraram que essa união é possível.
 
A primeira conferência do dia, foi dada por Anna Tardos, filha de Emi Pikler, que fundou ao final da 2a. guerra mundial o orfanato de Loczy, que abrigava orfãos em Budapeste, na Hungria. Tendo como princípios, o desenvolvimento da autonomia das crianças, as relações afetivas com qualidade e a liberdade de movimentos, essa instituição tem sido uma referência para todo o mundo.
No inicio da conferência, Anna nos mostrou uma foto em que uma criança dormia tranquilamente, e nos chamou a atenção para o fato de que esta somente o fazia porque estava em harmonia consigo mesma e com seu entorno, porque estava cercada de um ambiente de liberdade. Refletir sobre o significado de liberdade em relação aos bebês foi a proposta de sua fala, que ela brilhanteente conduziu.
Segundo Anna, podemos falar em liberdade quando tratamos de crianças pequenas a partir de três pontos:
- Liberdade física, de movimentos: Criança livre pode fazer escolhas que a tiram da imobilidade. Temos pressa para que as criancas andem, mas precisamos dar tempo à elas para que se desenvolvam. Isso porque não sç trata apenas de que possam andar, mas há um valor muito grande nesse aprendizado que envolve tentativas. Trata-se da criança aprender por si e descobrir que pode tentar, é capaz de fazê-lo, ainda que algumas vezes não consiga de imediato. Essa descoberta é um valor fundamental para a crianças, que precisa ser apoiada por seus educadores. Ao olhar atentamente às crianças, percebemos o prazer que elas tem ao fazer as coisas por si, assim como vemos também frustrações e novas tentativas. Não há porque ter pressa nesse processo, querer um resultado prático rapidamente. O resultado, apontou Anna, é a experiência de dialogar com si mesmo, com os objetos e com o mundo que está no entorno do bebê. O adulto se acha onipresente, pensa que tudo tem que ensinar às crianças, mas quando damos oportunidades para que se relacionem com os objetos, elas fazem coisas que nunca havíamos pensado.
- Liberdade no diálogo com os adultos: Outro enfoque relacionado â liberdade, além da experimentação, do exercicio livre, do diálogo consigo mesmo, é o diálogo com os adultos. Desde que nasce, o bebê tem necessidade de estar em diálogo com as outras pessoas. Eles são investigadores natos, se perguntam: "como vou conseguir fazer isso que quero". Mas a criança que não tem intercomunicação com o adulto não tem alegria, vontade de explorar as coisas.
Ao nascer, o bebê procura o olhar da mãe. Os adultos precisam responder ao olhar dos bebês, porque eles precisam dessa resposta do adulto. Mas, muitas vezes, nas rotinas das instituiçoes. não respondemos esse olhar. Temos pressa!!!
A troca de fraldas, por exemplo, é uma coreografia, que necessita harmonia entre adultos e bebês. As crianças podem estar ativas nesse processo, mas para isso precisamos estabelecer diálogo com elas. Nas instituiçoes, não damos tempo às crianças, muitas vezes, é como uma luta. Criança precisa ser parceira, não só para cooperar com o adulto, mas para se relacionar com ele. O educador precisa estabelecer relação com as crianças, tratá-las como ativos, afirmou Anna.
 
- Liberdade com limites: O terceiro aspecto da liberdade, enfatizado por Anna Tardos, foi a liberdade com respeito aos limites, às regras. Não há liberdade sem limites. O próprio espaço fïsico pode ter uma limitação, com algumas barreiras, que para a criança pode significar segurança (No Brasil, chamamos essas barreiras de cantos).
Mas também há o limite psiquico. Sempre há expectativas e costumes na sociedade, ou seja, há coisas que são autorizadas às crianças, outras que não são. Crianças de 1 a 3 anos se defrontam com muitas proibições, mas essa proibição não precisa vir cercada de medo. Se a criança tem medo de ser castigada, não há liberdade psíquica. A educação não pode se basear no medo. Por isso, é preciso anunciar o que não pode, mas sem humilhar a criança. Fazer com que a criança se sinta malvada, que tenha sentimento de culpa não é a melhor forma de educá-la. É uma idade cheia de impulsos, nos quais a criança tem que dominar, mas isso não é um aprendizado fácil. O educador tem que ser firme, mas flexível. Ser categórico, mas ter clareza do que realmente merece firmeza e o que se trata de algo menor.
 
Enfim, apoiar-se na perspectiva de Lóczy, envolve pensar na liberdade em relação a si mesmo, a liberdade nos movimentos, no diálogo com os objetos e com os sujeitos, liberdade para ser ativo nas relações e liberdade para ir demarcando seus limites. Como apontou Anna Tardos, liberdade só é possível em relações de segurança. Para isso, precisamos ter um amor verdadeiro para que as crianças tenham alegria de viver. Ser um educador assim exige atitude!
 
Se quiserem saber mais sobre o enfoque de Emi Pikler, indico o livro: "Educar os Três Primeiros Anos: a experiência de Loczy", organizado por Judith Falk. Também o artigo das Professoras Anita Viudes e Maria Helena Pelizon, apresentam os princípios dessa educação. Disponivel no link: http://www.sumare.edu.br/Arquivos/1/raes/05/raesed05_artigo02.pdf
Para quem quiser saber mais sobre o Congresso e sobre a Associació de Mestres Rosa Sensat, o link para a página web é: http://www2.rosasensat.org/ e para o facebook; http://www.facebook.com/RosaSensat

Fonte: http://pedagogiacomainfancia.blogspot.com.br/search?updated-min=2012-01-01T00:00:00-02:00&updated-max=2013-01-01T00:00:00-02:00&max-results=17

A importância do Brincar.

Algumas pontuações sobre o Brincar:

  • O brincar é marcado por um diálogo que o ser humano estabelece consigo próprio, com o outro ou com os demais objetos, não restringindo-se somente às brincadeiras orientadas ou aos jogos de regras.

  • É a ferramenta por excelência para a criança aprender a viver, reinventar suas experiências e criar cultura.
  • A forma como as crianças inventam, criam papéis, transformam cenários nas brincadeiras é um modo particular de criar novos contextos.
  • O ato de brincar deve ser preenchido pelo prazer, divertimento de forma espontânea e criativa.
  • O aspecto lúdico não esta presente somente nas brincadeiras, mas no jeito da criança pensar e representar o que conhece, fazendo diversas conexões com o que está vivendo e aprendendo sobre o mundo, as pessoas e suas relações com o mundo.
  • O educador se faz presente como observador e organizador das brincadeiras que as crianças gostam e conhecem. Outro aspecto é ampliar o repertório e incrementar este conhecimento e a elaboração das mesmas, pois quanto mais são repertoriadas, mais ricas serão suas experiências.
“O educador pode desempenhar um importante papel no transcorrer das brincadeiras se consegue discernir os momentos em que só deve observar, em que deve intervir na coordenação da brincadeira, ou em que deve integrar-se como participante das mesmas .”
Zilma  de M.Oliveira – Creches ,crianças faz de conta &cia.

Incentivando a leitura desde o berçário


Em uma de minhas andanças pelo mundo dos blogs descobri este relato:
Sacola mágica
Com o propósito de ampliar a parceria com as famílias e o incentivo pela leitura, o berçário II iniciou neste ano no segundo semestre o projeto institucional da Sacola Mágica, visto que as crianças já possuem um comportamento leitor e vem demonstrando grandes avanços.
Critérios de seleção utilizados:
1. Qualidade do texto
O texto com linguagem, coesão interna e organicidade;
2. Diversidade
Procuramos diversificar os temas e linguagens (prosa, poesia, cartum, livro sem texto, crônicas, conto de fadas) dentro das possibilidades do acervo da instituição;
3. Adequação das obras à faixa etária:
Ficamos atentas ao tratamento gráfico dado a obra (encadernação, tamanho do livro, tipo de letra), a temática e a extensão da narrativa.
4. Ilustração:
Nesta faixa etária as gravuras exercem de início maior atração sobre as crianças.
As crianças com as experiências vivenciadas na rotina, ouvindo, manuseando, contando e recontando histórias serão o mediador entre o livro e a família, que muitas vezes não possui o desejo, a intimidade com a leitura e o zelo pelos livros.
Tivemos a preocupação com a estética e personalização das sacolas. Este projeto institucional veio de encontro a sequência didática de leitura que envolve aspectos como: identidade e diversidade.
Toda sexta-feira organizamos os livros dentro das Sacolas Mágicas garantindo que cada criança possa levar para casa um livro diferente.
Percebemos a alegria e o comprometimento das famílias neste processo.
Sabemos que algumas famílias podem não entender a importância da leitura para crianças tão pequenas, também temos consciência que muitas vezes este livro pode não voltar ou voltar danificado, mas acreditamos que o sucesso das famílias compensa qualquer aspecto negativo. E os casos de resultados negativos serão revisto com cada família pessoalmente ou através das agendas.
Para nós é muito gratificante ver a rapidez com que as famílias entenderam e abraçaram a proposta.
As crianças ao receberem suas Sacolas sorriram e apresentaram-nas uns aos outros. Ao saírem na parte externa do CEI mostravam para todos com muita empolgação, contando que iam levá-la para casa e contar histórias para papai e a mamãe.
Ao perguntar ao Matheus o que ele iria fazer com aquela Sacola rapidamente ele respondeu:
"_Vou contar história para o meu PAI."

Ainda sobre histórias.

Histórias que falam de conflitos, personagens violentos, bruxas, maldade, dramas. Será que as crianças pensam como nós adultos? Será que tem as mesmas impressões, interpretam da mesma maneira? Será que tem os mesmos medos?
Afinal, o adulto deve ou não dosar o que ler para as crianças? o que deve ser lido? O que é considerado ideal para as crianças? O que é politicamente correto nas histórias infantis?
Conheça o que diz um especialista no assunto.

Revista Avisa Lá
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Fonte: http://falandodaeducacao.blogspot.com.br/2012/03/sugestao-de-livro-infantil-abordando-o.html