domingo, 31 de março de 2013

Currículo na Educação Infantil X DCNEI

Pensar em currículo é pensar sobre o que trabalhar com as crianças da Educação Infantil e daí pensar em várias questões:
  • Quem são as crianças?
  • Como elas aprendem?
  • Como elas se desenvolvem?
  • O que deve nortear minhas escolhas?
  • Legislação?
  • Proposta pedagógica?
  • Quais as necessidades e interesses dessas crianças?
  • Quem será protagonista nesta construção?
Pensar em tudo isso é pensar no currículo.
Um currículo que organiza o trabalho com a criança de 0 a 05 anos em jornada parcial ou integral, que atende as crianças no cuidar e educar de forma indissociável, que oportuniza
diversas experiências, que respeita a criança como um sujeito de direitos. 
Assim, "Currículo é um percurso, um caminho a ser seguido, visando direcionar e organizar um trabalho educativo, considerando a função da instituição a qual se destina. Sendo um instrumento norteador, deve expressar sempre a filosofia da instituição.
Currículo de Educação Infantil é o conjunto de experiências culturais de cuidado e educação, relacionados aos saberes e conhecimentos, intencionalmente selecionados e organizados pelos profissionais de uma instituição de Educação Infantil - IEI, para serem vivenciados pelas crianças.
Um currículo para a Educação Infantil tem que ter embasamento legal, considerar a realidade sociocultural das crianças, de suas famílias e da comunidade em que a instituição está inserida, bem como, selecionar conteúdos que ampliem o universo cultural das crianças na perspectiva de sua formação humana.
O currículo é um dos elementos da Proposta Pedagógica da instituição, devendo ser norteado pelos pressupostos que orientam essa proposta e se articular com os demais elementos nela definidos.
As experiências selecionadas devem envolver tanto os conteúdos relativos aos diversos campos de conhecimento quanto os saberes relacionados aos valores, atitudes e procedimentos.
Deve ser flexível, deixando sempre um espaço para o imprevisível." 
Definição de Currículo da Proposta Curricular da Educação Infantil de Nova Lima/2010
 
E as DCNEI, como trazê-las para esta discussão? Como pensar um currículo e garantir ao mesmo tempo a efetivação das DCNEI dentro de cada turma, na prática de cada professora, no planejamento de cada gestor?
 
Pensando em enriquecer ainda mais nossa discussão trago o post da professora Janaina Maudonnet em seu blog http://pedagogiacomainfancia.blogspot.com.br/search/label/Curriculo que contribui muito com suas ideias:

Como colocar as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil em prática? 

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil apontam para uma visão de criança como “centro do planejamento Curricular”, como um sujeito de direitos que é portador de teorias, saberes; que pensa sobre o mundo e atribui sentido  à ele a partir do que lhe é oferecido; uma criança que não passa incólume  às propostas que vivencia desde sua chegada até a saída da instituição.
Nesse sentido, define currículo como “um conjunto de práticas que buscam articular os saberes e experiências das crianças com o patrimônio cultural, artístico,  ambiental,  cientifico e tecnológico, de modo a promover o desenvolvimento integral da criança”. Ou seja, currículo não é aquele que se define a priori, mas aquele que é vivenciado com as crianças a partir de seus saberes, manifestações, articulado com aquilo que consideramos importante que elas conhecem do patrimônio da humanidade.
Embora, a aceitação dessas concepções de criança e currículo não seja, a primeira vista, um grande problema em um nível discursivo entre a maioria dos profissionais da educação, para de fato incorporá-las nas práticas, ainda há um longo caminho.
O foco das propostas oferecidas às crianças ainda está, na maioria dos casos, na atividade a ser desenvolvida por ela, seja essa atividade uma contação de histórias, um registro no papel, uma dança, uma música a ser cantada, ou ainda, a troca de roupas e a escovação de dentes.  As relações estabelecidas, os conhecimentos que as crianças tem sobre o que vai ser vivido, as indagações que tem sobre o mundo, muitas vezes não são ouvidas ou são desconsideradas na organização das propostas.
Para praticar o que dizem as DCNS, precisamos apurar o nosso olhar em relação as crianças que temos: o que sabem, o que gostam, como pensam o mundo, como se manifestam, o que conhecem, como conhecem. São perguntas que todos os educadores devem se fazer sempre para buscar a melhor pedagogia para as crianças com as quais convivem. Para isso, precisam desenvolver uma metodologia de coleta de informações que passa pela observação atenta, pela pesquisa (“professor pesquisador”).  Por exemplo, em relação ao brincar: do que as crianças brincam? Quais são suas brincadeiras preferidas? Qual seu repertório de brincadeiras? De que modo podemos ampliá-lo? Que materiais podemos oferecer às crianças para ampliar suas possibilidades de brincar? O educador precisa ser um constante pesquisador.
Em um texto belíssimo, intitulado, “Planejamento no educação infantil: mais do que a atividade, a criança em foco”,  Luciana Esmeralda Ostetto destaca diferentes maneiras de planejar na educação infantil que fizeram parte da história da Educação Infantil e da formação de professores e, que ainda convivem na prática (por exemplo, planejamento através de uma simples listagem de atividades, de datas comemorativas, de disciplinas – matemática, português, etc.) e ressalta que o grande desafio que temos hoje é justamente,  planejar olhando as crianças concretas que temos.
A referência da escola, transmissora de saberes, ainda é muito forte em nosso imaginário. Essa foi nossa experiência como alunos, considerados como aqueles que não tem luz, que não tem o que dizer (infans – sem voz). Nos próprios cursos de formação, muitas vezes os professores também são submetidos a isso: palestras distantes, que nem sempre permitem que eles coloquem em jogo aquilo que sabem, fazem e acreditam.
A preocupação com a quantidade e o produto final do trabalho é também um grande desafio das instituições de educação infantil. Estas estão submetidas aos mesmos mecanismos de exigência social do capitalismo. Muitas vezes, quanto mais “folhas de atividades” são produzidas pelas crianças, mais eficiente é considerada a proposta. Essa é uma exigência de muitas famílias, que não percebem essa dimensão, e que acaba sendo consolidada por muitas escolas.
Para se trabalhar na perspectiva das diretrizes, é preciso pensar no processo. As crianças precisam ter tempo para viver as coisas profundamente, ter oportunidade de sentir as experiências, poder ouvir uma boa história, sem pressa porque vai abrir o portão; aprender a se servir e se trocar, testando suas habilidades, sentindo suas dificuldades, com calma. Enfatizar o processo é importante porque dá tempo para a criança se perceber e perceber o mundo com mais tranquilidade e portanto mais profundamente.
Tempo é outro fator que tem que ser continuamente repensado na instituição. Há um grande mito que resvala em boa parte das instituições: “todo mundo faz a mesma coisa ao mesmo tempo o tempo todo”.  O tempo da instituição ainda é muito homogêneo e arbitrário. Ainda se exige muito do educador um controle excessivo das crianças que precisam sempre fazer alguma coisa juntas e em um determinado horário fixo, rígido. A organização de cantos nas salas, por exemplo, hoje tão debatida na área, ajuda o educador a se concentrar em pequenos grupos, em uma criança, possibilitando que ele possa conhecê-las melhor.
Nesse sentido, é preciso discutir também a relação com o espaço. Um espaço pobre de desafios, cheio de mesas e carteiras, como poucos materiais disponíveis dificulta que a criança possa ampliar seu conhecimento de mundo e crie hipóteses sobre como as coisas do mundo são. Por outro lado, o contato com a natureza e os espaços externos, permitem que as crianças, observem os fenômenos e se indaguem sobre eles: por que a formiga consegue subir em cima de uma árvore sem cair? Porque o vento sopra? São perguntas que as crianças se fazem quando damos tempo e espaço para que elas descubram. E nos fornecem caminhos muito mais interessantes para trabalharmos com elas.
Para colocar em práticas as DCNS é preciso repensar a instituição em seu todo: nos tempos, nos espaços e na relação que estabelecemos com o conhecimento, e principalmente, com as crianças. Para isso, o trabalho coletivo é fundamental. A instituição, seja pública ou particular,  precisa como um todo, através de uma gestão democrática - que escuta todos os sujeitos (famílias, profissionais e crianças) - se comprometer com essa proposta.
A escuta e o diálogo são fatores essenciais para que as Diretrizes possam ser praticadas. Inclusive a escuta das famílias, com as quais (e as  DCNS apontam tão claramente isso!), devemos compartilhar a educação e o cuidado das crianças pequenas. Essa escuta permite que conheçamos mais as crianças, que busquemos propostas que considerem melhor suas singularidades, os hábitos familiares, além de contribuir para a reflexão de uma outra cultura da infância na comunidade, que valorize as descobertas da infância, sem que esteja ligada a mera transmissão ou a quantidade de atividades produzidas pelas crianças, como apontei anteriormente. 

DCNEI - Você conhece?


Elas dizem sobre o nosso trabalho na Educação Infantil, regulamenta. São pensadas e construídas para orientar a elaboração das propostas pedagógicas e curriculares para o trabalho com as crianças pequenas em todo o Brasil.

Por isso, fique atenta aos artigos e pense em sua prática, reflita sobre o trabalho de sua instituição.

 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
CÂMARA DE EDUCAÇÃO BÁSICA

RESOLUÇÃO Nº 5, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2009 (*)


Fixa as Diretrizes Curriculares

Nacionais para a Educação Infantil
O Presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, no uso de suas atribuições legais, com fundamento no art. 9º, § 1º, alínea “c” da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961, com a redação dada pela Lei nº 9.131, de 25 de novembro de 1995, e tendo em vista o Parecer CNE/CEB nº 20/2009, homologado por Despacho do Senhor Ministro de Estado da Educação, publicado no DOU de 9 de dezembro de 2009, resolve:
Art. 1º A presente Resolução institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil a serem observadas na organização de propostas pedagógicas na Educação Infantil.
Art. 2º As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil articulam-se com as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica e reúnem princípios, fundamentos e procedimentos definidos pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, para orientar as políticas públicas na área e a elaboração, planejamento, execução e avaliação de propostas pedagógicas e curriculares.
Art. 3º O currículo da Educação Infantil é concebido como um conjunto de práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico, de modo a promover o desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5 anos de idade.
Art. 4º As propostas pedagógicas da Educação Infantil deverão considerar que a criança, centro do planejamento curricular, é sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura.
Art. 5º A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, é oferecida em creches e pré-escolas, as quais se caracterizam como espaços institucionais não domésticos que constituem estabelecimentos educacionais públicos ou privados que educam e cuidam de crianças de 0 a 5 anos de idade no período diurno, em jornada integral ou parcial, regulados e supervisionados por órgão competente do sistema de ensino e submetidos a controle social.
§ 1º É dever do Estado garantir a oferta de Educação Infantil pública, gratuita e de qualidade, sem requisito de seleção.
§ 2° É obrigatória a matrícula na Educação Infantil de crianças que completam 4 ou 5 anos até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula.
§ 3º As crianças que completam 6 anos após o dia 31 de março devem ser matriculadas na Educação Infantil.
§ 4º A frequência na Educação Infantil não é pré-requisito para a matrícula no Ensino Fundamental.

(*) Resolução CNE/CEB 5/2009. Diário Oficial da União, Brasília, 18 de dezembro de 2009, Seção 1, p. 18.
§ 5º As vagas em creches e pré-escolas devem ser oferecidas próximas às residências das crianças.
§ 6º É considerada Educação Infantil em tempo parcial, a jornada de, no mínimo, quatro horas diárias e, em tempo integral, a jornada com duração igual ou superior a sete horas diárias, compreendendo o tempo total que a criança permanece na instituição.
Art. 6º As propostas pedagógicas de Educação Infantil devem respeitar os seguintes princípios:
I – Éticos: da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, identidades e singularidades.
II – Políticos: dos direitos de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática.
III – Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da liberdade de expressão nas diferentes manifestações artísticas e culturais.
Art. 7º Na observância destas Diretrizes, a proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve garantir que elas cumpram plenamente sua função sociopolítica e pedagógica:
I - oferecendo condições e recursos para que as crianças usufruam seus direitos civis, humanos e sociais;
II - assumindo a responsabilidade de compartilhar e complementar a educação e cuidado das crianças com as famílias;
III - possibilitando tanto a convivência entre crianças e entre adultos e crianças quanto a ampliação de saberes e conhecimentos de diferentes naturezas;
IV - promovendo a igualdade de oportunidades educacionais entre as crianças de diferentes classes sociais no que se refere ao acesso a bens culturais e às possibilidades de vivência da infância;
V - construindo novas formas de sociabilidade e de subjetividade comprometidas com a ludicidade, a democracia, a sustentabilidade do planeta e com o rompimento de relações de dominação etária, socioeconômica, étnico-racial, de gênero, regional, linguística e religiosa.
Art. 8º A proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve ter como objetivo garantir à criança acesso a processos de apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à dignidade, à brincadeira, à convivência e à interação com outras crianças.
§ 1º Na efetivação desse objetivo, as propostas pedagógicas das instituições de Educação Infantil deverão prever condições para o trabalho coletivo e para a organização de materiais, espaços e tempos que assegurem:
I - a educação em sua integralidade, entendendo o cuidado como algo indissociável ao processo educativo;
II - a indivisibilidade das dimensões expressivo-motora, afetiva, cognitiva, linguística, ética, estética e sociocultural da criança;
III - a participação, o diálogo e a escuta cotidiana das famílias, o respeito e a valorização de suas formas de organização;
IV - o estabelecimento de uma relação efetiva com a comunidade local e de mecanismos que garantam a gestão democrática e a consideração dos saberes da comunidade;
V - o reconhecimento das especificidades etárias, das singularidades individuais e coletivas das crianças, promovendo interações entre crianças de mesma idade e crianças de diferentes idades;
VI - os deslocamentos e os movimentos amplos das crianças nos espaços internos e externos às salas de referência das turmas e à instituição;
VII - a acessibilidade de espaços, materiais, objetos, brinquedos e instruções para as crianças com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação;
VIII - a apropriação pelas crianças das contribuições histórico-culturais dos povos indígenas, afrodescendentes, asiáticos, europeus e de outros países da América;
IX - o reconhecimento, a valorização, o respeito e a interação das crianças com as histórias e as culturas africanas, afro-brasileiras, bem como o combate ao racismo e à discriminação;
X - a dignidade da criança como pessoa humana e a proteção contra qualquer forma de
violência – física ou simbólica – e negligência no interior da instituição ou praticadas pela família, prevendo os encaminhamentos de violações para instâncias competentes.
§ 2º Garantida a autonomia dos povos indígenas na escolha dos modos de educação de suas crianças de 0 a 5 anos de idade, as propostas pedagógicas para os povos que optarem pela Educação Infantil devem:
I - proporcionar uma relação viva com os conhecimentos, crenças, valores, concepções de mundo e as memórias de seu povo;
II - reafirmar a identidade étnica e a língua materna como elementos de constituição das crianças;
III - dar continuidade à educação tradicional oferecida na família e articular-se às práticas sócio-culturais de educação e cuidado coletivos da comunidade;
IV - adequar calendário, agrupamentos etários e organização de tempos, atividades e ambientes de modo a atender as demandas de cada povo indígena.
§ 3º - As propostas pedagógicas da Educação Infantil das crianças filhas de agricultores familiares, extrativistas, pescadores artesanais, ribeirinhos, assentados e acampados da reforma agrária, quilombolas, caiçaras, povos da floresta, devem:
I - reconhecer os modos próprios de vida no campo como fundamentais para a constituição da identidade das crianças moradoras em territórios rurais;
II - ter vinculação inerente à realidade dessas populações, suas culturas, tradições e identidades, assim como a práticas ambientalmente sustentáveis;
III - flexibilizar, se necessário, calendário, rotinas e atividades respeitando as diferenças quanto à atividade econômica dessas populações;
IV - valorizar e evidenciar os saberes e o papel dessas populações na produção de conhecimentos sobre o mundo e sobre o ambiente natural;
V - prever a oferta de brinquedos e equipamentos que respeitem as características ambientais e socioculturais da comunidade.
Art. 9º As práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação Infantil devem ter como eixos norteadores as interações e a brincadeira, garantindo experiências que:
I - promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação de experiências sensoriais, expressivas, corporais que possibilitem movimentação ampla, expressão da individualidade e respeito pelos ritmos e desejos da criança;
II - favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o progressivo domínio por elas de vários gêneros e formas de expressão: gestual, verbal, plástica, dramática e musical;
III - possibilitem às crianças experiências de narrativas, de apreciação e interação com a linguagem oral e escrita, e convívio com diferentes suportes e gêneros textuais orais e escritos;
IV - recriem, em contextos significativos para as crianças, relações quantitativas, medidas, formas e orientações espaço temporais;
V - ampliem a confiança e a participação das crianças nas atividades individuais e coletivas;
VI - possibilitem situações de aprendizagem mediadas para a elaboração da autonomia das crianças nas ações de cuidado pessoal, auto-organização, saúde e bem-estar;
VII - possibilitem vivências éticas e estéticas com outras crianças e grupos culturais, que alarguem seus padrões de referência e de identidades no diálogo e reconhecimento da diversidade;
VIII - incentivem a curiosidade, a exploração, o encantamento, o questionamento, a indagação e o conhecimento das crianças em relação ao mundo físico e social, ao tempo e à natureza;
IX - promovam o relacionamento e a interação das crianças com diversificadas manifestações de música, artes plásticas e gráficas, cinema, fotografia, dança, teatro, poesia e literatura;
X - promovam a interação, o cuidado, a preservação e o conhecimento da biodiversidade e da sustentabilidade da vida na Terra, assim como o não desperdício dos recursos naturais;
XI - propiciem a interação e o conhecimento pelas crianças das manifestações e tradições culturais brasileiras;
XII - possibilitem a utilização de gravadores, projetores, computadores, máquinas fotográficas, e outros recursos tecnológicos e midiáticos.
Parágrafo único - As creches e pré-escolas, na elaboração da proposta curricular, de acordo com suas características, identidade institucional, escolhas coletivas e particularidades pedagógicas, estabelecerão modos de integração dessas experiências.
Art. 10. As instituições de Educação Infantil devem criar procedimentos para acompanhamento do trabalho pedagógico e para avaliação do desenvolvimento das crianças, sem objetivo de seleção, promoção ou classificação, garantindo:
I - a observação crítica e criativa das atividades, das brincadeiras e interações das crianças no cotidiano;
II - utilização de múltiplos registros realizados por adultos e crianças (relatórios, fotografias, desenhos, álbuns etc.);
III - a continuidade dos processos de aprendizagens por meio da criação de estratégias adequadas aos diferentes momentos de transição vividos pela criança (transição casa/instituição de Educação Infantil, transições no interior da instituição, transição creche/pré-escola e transição pré-escola/Ensino Fundamental);
IV - documentação específica que permita às famílias conhecer o trabalho da instituição junto às crianças e os processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança na Educação Infantil;
V - a não retenção das crianças na Educação Infantil.
Art. 11. Na transição para o Ensino Fundamental a proposta pedagógica deve prever formas para garantir a continuidade no processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças, respeitando as especificidades etárias, sem antecipação de conteúdos que serão trabalhados no Ensino Fundamental.
Art. 12. Cabe ao Ministério da Educação elaborar orientações para a implementação dessas Diretrizes.
Art. 13. A presente Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário, especialmente a Resolução CNE/CEB nº 1/99.

CESAR CALLEGARI

Rodona, oba!

Pessoal, no dia 05 de março completamos um ano de atendimento às nossas crianças. Que alegria!!!
Um ano de aprendizagens, brincadeiras e muito, muito cuidado com os nossos pequenos.
E para comemorar nada melhor do que uma RODONA!
A equipe de supervisoras e professoras prepararam uma bela Rodona que aconteceu na última 4ª feira fechando com chave de ouro o mês de Março que teve como tema O CIRCO.
Foram momentos de muita alegria para todos que ali estavam, crianças e adultos. Um Show!!!
Com vocês os nossos Palhacinhos!!!
 A turma do Peixinho - Berçário I aproveitou a festa. No carrinho, no colo ou no chiqueirinho, olhinhos atentos aos sons e às cores. Tudo era festa!
E vem aí os bebês "grandinhos" do CEI.
Berçário II - Turma da Abelhinha!
Pampararam!!! É hora da turma do Maternal I
Turma do Pintinho e Turma do Coelhinho.
Agora é vez do Maternal II
Turma do Patinho e Leãozinho
 O 1º Período chegou com toda animação e arrasou com a sua apresentação.
Turma do Cachorrinho e Turma da Girafa.
E para finalizar o nosso 2º Período
Turma do Gato.
 Ao final um "delícia" para agradar os pequenos, afinal Circo lembra cheirinho de pipoca.
Parabéns à supervisoras Bethi e Érica e a todas as professoras. Agradeço também a todos os funcionários que de alguma forma contribuíram para que nossa festa fosse um show!!!

 
 

Reunião de pais é coisa séria

Três etapas para uma boa reunião de pais

Preparação, encaminhamento e avaliação são passos imprescindíveis para um encontro eficiente, capaz de fortalecer os vínculos entre educadores e familiares.
=== PARTE 1 ====
 
Na CEINF Adriana Nogueira Borges, em Campo Grande, pais veem as produções dos bebês e entendem a relação delas com as habilidades adquiridas e as etapas do desenvolvimento. Desenhos, por exemplo, são usados pelos professores para explicar a importância de expor os pequenos a experiências artísticas
Todo educador sabe que é um desafio conduzir uma reunião de pais proveitosa. Afinal, os familiares chegam a esse tipo de encontro com muita expectativa para saber sobre os filhos, o que pode resultar em discussões a respeito de problemas individuais e afastar o debate da pauta organizada. Para evitar armadilhas como essa, é preciso começar a preparação bem antes da data prevista para a realização do encontro.

Se bem planejadas, as reuniões de pais ajudam a estabelecer um diálogo produtivo com as famílias e levantar informações que podem ser úteis na organização da rotina na creche. Essa troca de ideias também faz bem aos familiares, pois eles conseguem entender como as propostas de trabalho desenvolvem as habilidades de seu bebê e ampliam as experiências deles. "Quando os responsáveis pela Educação da criança em casa e na escola conversam, têm mais elementos para entendê-la e apoiá-la", diz Janaina Maudonnet, professora da especialização em Educação Infantil da Faculdade Sumaré, em São Paulo. Para que as reuniões deem certo, elas devem contemplar três etapas, apresentadas a seguir.

Preparação

A organização do encontro deve ser feita em parceria com a coordenação pedagógica. Ele deve ter objetivos claros e seguir uma programação predeterminada. Reuniões extensas e com pautas confusas afastam os pais da escola. "Assim como os educadores reclamam de encontros de formação que não levam a lugar nenhum, os pais sentem que perderam tempo quando não conseguem aproveitar as reuniões", diz Elizabete Godoy, formadora do Centro Brasileiro de Filosofia para Crianças, em São Paulo. O repasse de informes, por exemplo, pode ser feito por escrito.

É preciso definir, com bastante antecedência, a data das reunião e a forma de divulgá-la. O aviso pode ser feito por meio de indicações no calendário entregue no início do ano, de cartazes, bilhetes na agenda, e-mails, telefonemas e pessoalmente. Quanto mais canais de comunicação forem estabelecidos, melhor. Também é importante pensar em soluções para quem não tem com quem deixar as crianças. Uma saída é organizar um espaço onde elas possam ser recebidas durante o encontro - um funcionário deve ser destacado para cuidar delas.

A participação de outros parentes próximos ao pequeno deve ser estimulada quando a presença dos pais não é possível. "É fundamental que a pessoa conviva cotidianamente com o bebê e o conheça, o que permite a ela fazer intervenções durante a reunião", explica Maria Letícia Nascimento, professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). Outra providência é escolher um horário que não seja proibitivo para os responsáveis. O ideal é reservar o período da noite ou os sábados.

Encaminhamento

Colocar-se na posição de especialista que tudo sabe não surte efeito. "Os pais também têm muito a contribuir. É preciso prever um espaço para a troca de ideias. O direito à voz enriquece esse tipo de encontro", defende Janaina. A fala deles deve ser valorizada, mas precisa estar prevista dentro de uma programação de atividades para que os objetivos gerais não se percam. Durante o encontro, sempre que possível, faça observações sobre o que os familiares disserem, intervindo de modo a levar questões apresentadas por eles do campo particular para o geral. "Passamos orientações que valem para todas as crianças. Por fim, atendo os pais interessados em conversas individuais", explica Tereza Cristina Bonfim Alves, educadora do CEINF Adriana Nogueira Borges, em Campo Grande.

Ela, que conhece bem os pequenos, é responsável por conduzir as reuniões: mostra os portfólios e explica as etapas do desenvolvimento infantil, associando-as às atividades desenvolvidas. De acordo com Janaina, é interessante mostrar os resultados de alguma proposta, justificando a importância do tema e refletindo com os pais sobre o tipo de aprendizado que ele trouxe à criança. Nesse momento, convém estimular a participação deles, uma vez que podem contar como a aprendizagem de determinados conteúdos repercutiu em casa. Outra possibilidade é mostrar fotos e vídeos simples, feitos com base em imagens captadas no dia a dia em sala. "Mesmo que os pais estejam interessados apenas em seus filhos, é muito importante que conheçam a dinâmica do grupo, as relações interpessoais e a maneira como todos olham e compreendem as atividades propostas", complementa Maria Letícia. No CEINF Jardim Rodolfo Pirani, em São Paulo, a educadora Denise Beraldo fez um painel de fotos e um vídeo das crianças no período de acolhimento, no início do ano letivo, para usar na reunião. "O objetivo era mostrar a rotina da creche e as interações entre os pequenos", explica. O encontro foi acompanhado pela coordenadora pedagógica, que esclareceu dúvidas gerais sobre a escola, fez fotos do evento e tomou notas dos temas discutidos para debater com a equipe de educadores posteriormente.

Avaliação

Para aprimorar continuamente os encontros com familiares, uma boa ideia é analisar as impressões dos presentes sobre o evento. Isso pode ser feito por meio de um questionário, preenchido ao fim da reunião. Com base nele, será possível avaliar o evento e discutir seus desdobramentos, levantando, por exemplo, temas para os próximos. "Uma conversa com a coordenação também pode ajudar a definir os passos seguintes", diz Cisele Ortiz, formadora do Instituto Avisa Lá, em São Paulo. A socialização dos resultados também deve ser valorizada. Divulgar fotos e depoimentos dos pais durante a reunião em murais na escola ou em sala pode ser uma boa estratégia, bem como compartilhá-los com as crianças. Vale ainda encerrar o trabalho com o envio de um resumo do encontro para quem não pode comparecer e também a apresentá-lo à equipe escolar.

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/creche-pre-escola/tres-etapas-boa-reuniao-pais-639051.shtml?page=2
 
No CEI Maria de Lourdes Scoralick Serretti preparamos a 1ª Reunião de pais com foco no acolhimento e a partir das questões necessárias ao trabalho a partir do olhar da Direção, Supervisão e Serviço Social.
Pensamos no horário para melhor atender os pais e no tempo, afinal muitos assuntos e pouco tempo. Foi aí que decidimos elaborar a cartilha do CEI onde repassamos todos os informes e ganhamos tempo na reunião.
Preparamos 09 reuniões, cada turma teve o seu momento, afinal são aprendizagens diferentes, necessidades diferentes. Organizamos o espaço, um café para acolher e um vídeo de fotos do nosso dia-a-dia para que os pais pudessem conhecer as atividades desenvolvidas com seu filho e com as demais crianças do CEI. Os pais encantaram-se com as imagens. Assim falamos de forma mais detalhada sobre o trabalho com a turma, suas necessidades e desenvolvimento o que permitiu a troca de ideias de alguns que se manifestaram relatando o que percebem em seu filho e também seus anseios em relação ao trabalho. Parte das professoras foram apresentadas e o restante da equipe apresentamos um material em Power Point com todos os responsáveis por cuidar e educar as crianças no CEI, do zelador à secretária escolar. Falamos sobre a equipe da cozinha e de seu trabalho cuidadoso com a alimentação, da limpeza, do carinho do zelador. Enfim, apresentamos toda a equipe.
Foi um momento de acolher que estava chegando, como é o caso dos pais do Berçário I e de reforçar parceria com quem já pertence ao grupo.
E para quem não compareceu e não justificou enviamos o material para casa com um recadinho cobrando de forma cuidadosa a sua participação.
 
 

sexta-feira, 22 de março de 2013

Rotina: quando bem estruturada garante autonomia e aprendizagens das crianças.

Como organizar a rotina em creches e pré-escolas
Propostas simultâneas otimizam o dia a dia das crianças e evitam momentos de espera
Noêmia Lopes (gestao@atleitor.com.br)
=== P

FIM DA ESPERA Quem acaba a refeição já pode ir para o banheiro escovar os dentes - e a língua.

Mais sobre rotina da Educação Infantil
Ambientes lotados, horários de entrada e saída conturbados e filas imensas no refeitório, no banheiro e no parque. Em uma escola de Educação Infantil, esses são alguns dos indícios de que a organização da rotina não vai bem. Uma das maneiras de solucionar esses problemas é propor atividades que ocorram simultaneamente - em espaços diferentes - e o escalonamento dos horários das turmas, dos funcionários e dos educadores.
"A gestão do tempo em Educação Infantil requer flexibilidade e planejamento constantes. A prioridade é o atendimento às crianças, com necessidades de cuidados e aprendizagem próprias, que devem ser sempre respeitadas", diz Ana Paula Yazbek, pedagoga e formadora de professores do Centro de Estudos da Escola da Vila, em São Paulo. Veja nesta reportagem como três gestoras repensaram a organização da escola, o escalonamento de atividades e os horários dos professores e funcionários.

Tempo bem planejado para desenvolver a autonomia
Como cada faixa etária requer uma dinâmica diferente, não cabe organizar uma rotina igual para todas as turmas. Crianças de até 3 anos, por exemplo, demandam mais atenção dos adultos - principalmente nos momentos de alimentação, higiene e descanso - do que os maiores.
Para que seja possível dar atenção aos cuidados pessoais e à aprendizagem, cabe aos gestores elaborar projetos institucionais para que o tempo seja usado a favor da garotada. Pensando nisso, a diretora Dorocleide Franco Faria de Brito, do CMEI Santa Efigênia, em Curitiba, optou pelo sistema de merenda self service para crianças a partir dos 3 anos, com o qual elas aprendem a almoçar sozinhas.
Nem sempre foi assim. "Antes, as crianças esperavam para serem servidas. O processo era mais prático, mas não oferecia nenhuma oportunidade para elas escolherem o que e quanto comer e desenvolver a habilidade de se servir. Ou seja, não adquiriam autonomia, um dos objetivos da Educação Infantil." No início, os funcionários resistiram um pouco. Afinal, para que o modelo funcionasse, era preciso exercitar a paciência e administrar melhor o tempo da merenda - que certamente seria mais longo.

A primeira barreira Dorocleide resolveu promovendo um trabalho de conscientização, explicando a todos que os mais novos só poderiam aprender por meio da prática. O segundo, mudando a rotina da merenda e criando um esquema de trabalho por grupos: em vez de todos ficarem na fila para receber a comida da merendeira, uma ou duas mesas por vez se dirigem ao balcão onde estão as travessas. As crianças são incentivadas a colocar no prato apenas os itens que serão consumidos, levá-lo à mesa sem ajuda e manusear os talheres. "O tempo de aprendizagem varia para cada um e, se não conseguimos resultados em um dia, tentaremos novamente nos dias seguintes. Se no início há mais demora, com o tempo os procedimentos são realizados com agilidade", afirma a diretora.
Na escola de Dorocleide, não existem problemas de espaço e há dois refeitórios, um para os mais novos e outro para os maiores. Porém os gestores que não dispõem de estrutura semelhante têm a opção de implantar um rodízio de horários para que as turmas não estejam no refeitório ao mesmo tempo e, com isso, seja possível dispensar a mesma atenção a todos. Em ambos os casos, é preciso implantar também o revezamento para o almoço dos educadores e professores, garantindo a assistência às crianças na hora da refeição. Esse planejamento é fundamental, pois, como explica Elza Corsi de Oliveira, formadora do Instituto Avisa Lá, de São Paulo, "quando as crianças comem, pelo menos uma parte da equipe deve estar disponível para ajudar no que for preciso".
 
O mesmo vale para o horário de descanso de professores e auxiliares. Eles não podem coincidir com os momentos de brincadeira da garotada. "Pensar que quando as turmas estão no parque ou no pátio é hora de descansar e relaxar é um engano que deve ser corrigido pelo gestor", diz Ana Paula. É justamente nesses momentos que os educadores precisam redobrar a atenção e o envolvimento com as crianças para suprir as demandas de espaço, tempo, material e, principalmente, segurança física e emocional.
 
=== PARTE 1 ====Onde antes havia tumulto, agora tem aprendizagem
ESCOLHA CERTEIRA Na saída da Creche Casa do Aprender, as crianças brincam com autonomia.
Com a rotina reorganizada e os horários escalonados, é hora de pensar na melhoria do atendimento às crianças e na otimização do tempo delas e dos professores. O gestor, então, deve se perguntar: o que os funcionários podem fazer para tornar o dia a dia dos pequenos mais agradável e produtivo? O que eles já são capazes de fazer sozinhos e em que situações necessitam de auxílio? Quais habilidades ainda precisam ser desenvolvidas?
Os horários de entrada e de saída, quando bem organizados, afastam o tumuldo e se tornam momentos de aprendizagem. Irene Longhi, diretora da Creche Casa do Aprender, em Osasco, na Grande São Paulo, conta que depois que foram instalados os cantos de atividades diversificadas (leitura, desenho, casinha, consultório), as professoras conseguem atender os pais que querem conversar sobre a aprendizagem dos filhos. É possível ainda, em vez de ficar mandando as crianças esperarem de braços cruzados a hora de ir para casa, incentivar ações como colocar e fechar o agasalho e calçar os sapatos. É preciso pensar nas propostas para cada turma - nem difíceis demais que não possam ser aprendidas, nem muito fáceis que não representem um desafio. Limpar o nariz sem ajuda pode ser uma tarefa frustrante para quem tem 2 anos, mas bastante banal para quem tem mais de 4. Fazer essa previsão e programação é função dos gestores. "Se a instituição considerar uma perda de tempo o desenvolvimento dessas habilidades simples, quem sai prejudicada é a criança", diz Elza Corsi.
A organização da rotina como parte dos momentos de formação
Para intercalar momentos de cuidado e de atividades pedagógicas, mantendo uma rotina saudável para alunos e professores, é preciso atuar em sintonia com a equipe docente e incluir a organização do tempo nas reuniões formativas. Nesses encontros, os professores trazem informações sobre o andamento das atividades, a ocorrência de momentos de espera, de irritabilidade e alterações nos horários de sono, higiene e alimentação. Com base nesses dados, o gestor identifica demandas individuais e coletivas, repensa os horários e divide encaminhamentos com toda a equipe, inclusive com os funcionários de apoio.
Com o objetivo de otimizar esse trabalho, a diretora Ursula Goulart Lima Rozon, da IMI Diméia Maria Ferreira Diniz Endo, em São José dos Campos, a 100 quilômetros de São Paulo, elaborou um quadro detalhado em que é possível visualizar em qual espaço da escola estará cada grupo nos diversos momentos do dia. "Remanejamos as turmas e reposicionamos o pessoal da cozinha, os professores e os educadores para melhor atender às necessidades de todos nos diversos espaços de aprendizagem", conta Ursula. O quadro é entregue à equipe e, com base nele, cada docente planeja as atividades de seu grupo. Enquanto as crianças almoçam, por exemplo, sempre com a presença de dois educadores, um auxiliar arruma os colchões na sala para o momento de dormir - que só tem lugar depois da escovação dos dentes - e funcionários da limpeza preparam o ambiente que será usado por elas depois do soninho. Quando todos estão acomodados, é hora de os adultos almoçarem - porém, um grupo por vez

Sugestão de pauta de reunião: Repensando a rotina
- Reserve pelo menos uma hora por semana para conversar com os educadores e a equipe de apoio sobre a organização do tempo e do espaço na escola. Para que a reunião seja produtiva, incentive todos a fazer anotações ao longo da semana sobre o andamento da rotina, como o tempo que as turmas levam para se alimentar (ou ser alimentadas, no caso dos menores) e quais estão deixando as fraldas e aprendendo usar o vaso sanitário.
- Comece pedindo que cada um conte ao grupo o que observou, abrindo espaço para a exposição de problemas e a sugestão de encaminhamentos. Aproveite para compartilhar os dados relativos à organização do tempo que foram transmitidos pelos professores durante os momentos de formação.
- Verifique se, nos horários planejados, há tempo para orientar as crianças em relação aos hábitos de higiene e alimentação, se as demandas de sono são respeitadas e se a escala de limpeza não está atrapalhando as atividades elaboradas pelos professores.
- Questione se os materiais pedagógicos têm sido preparados com antecedência, evitando esperas desnecessárias. Isso vale para fraldas, utensílios de higiene, comida, louças e talheres.
- Reforce que, de acordo com cada faixa etária, é importante reservar tempo para o desenvolvimento de autocuidados, como limpar-se depois de ir ao banheiro, alimentar-se sem ajuda e amarrar os próprios cadarços. Importante: lembre os educadores e funcionários de que ninguém deve agir com pressa, atropelando a criança e realizando as tarefas por ela.
- Registre as alterações de rotina propostas, combine a data do próximo encontro e comunique possíveis mudanças à equipe docente.
Quer saber mais?
CMEI Santa Efigênia, R. Maria de Lurdes Kudri, 412, 82700-050, Curitiba, PR, tel. (41) 3354-5025
Creche Casa do Aprender, R. Piacatu, 2058, 06240-160, Osasco, SP, tel. (11) 3696-8354
Elza Corsi de Oliveira
IMI Diméia Maria Ferreira Diniz Endo, R. Nelson José de Carvalho Ferreira, 91, 12239-170, São José dos Campos, SP, tel. (12) 3966-1605

Imagens do cotidiano.

Muita coisa acontecendo lá no CEI Maria de Lourdes Scoralick Serretti