domingo, 20 de setembro de 2015

A organização dos espaços na Educação Infantil

A Infância, quando vivenciada nos ambientes da Educação Infantil, reflete um tempo de experiências educativas seguras, afetivas e estimulantes, promotoras de mudanças e ampliação de suas capacidades de fazer, sentir, pensar e usar diferentes linguagens.
A criança guarda em sua memória essas experiências como parte de sua história. Sua aprendizagem acontece pela mediação dos elementos encontrados no ambiente em que ela está incluída, particularmente pela ação mediadora daqueles que com ela se relacionam, sejam eles adultos ou crianças.
Assim, o espaço físico se torna um grande aliado dos educadores na educação de crianças pequenas, sendo necessário investir tempo, energia e algum recurso para assegurar o bem-estar físico, a segurança, as aprendizagens e principalmente o conforto na instituição de Educação Infantil.
Há diferentes formas de organizar os ambientes educativos para que eles possam tornar-se aconchegantes, seguros e desafiadores, oferecendo autonomia, interação entre as crianças e que também evidencie o trabalho desenvolvido naquele espaço ao mesmo tempo. Uma boa alternativa é expor as produções dos pequenos para que eles possam se sentir sujeitos nessa organização, outra é manter caixas, sacolas, brinquedos e outros materiais organizados de forma que as crianças possam pegar ou solicitar ao professor sempre que necessário.
Por outro lado, é importante que as crianças se sintam sujeitos na organização desses espaços, cuidando e organizando após os momentos de brincadeiras, afinal, esse é também é um lugar delas! Assim, o papel das crianças, tanto na decoração dos ambientes, quanto nas propostas de sua utilização, é fundamental.
Assim, organizamos os espaços e materiais no CEI Maria de Lourdes Scoralick Serretti.
Os painéis contam um pouquinho sobre o trabalho das crianças.
 A organização das salas.
As sacolas de brinquedos no pátio.
                                                 Baldes temáticos para brincadeiras dentro e 
fora de sala.
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998), a organização do espaço físico, os materiais, brinquedos, instrumentos sonoros e o mobiliário não devem ser vistos como elementos passivos, mas como componentes ativos do processo educacional. O espaço físico das instituições sempre reflete os valores que elas adotam e são marcas sugestivas do projeto educativo em curso. 
Desta forma, concordamos com Zabalza ( 2007, p.11) que diz:
a forma como organizamos e estruturamos 
o espaço físico da nossa sala de aula 
constitui em si só uma mensagem curricular, 
reflete nosso modelo educativo e reflete direta e indiretamente nosso estilo de trabalho, isto é, a forma como entendemos qual deve ser o papel educativo do professor e o que esperamos das crianças com as quais trabalhamos.

Para saber mais sobre organização dos espaços leia o artigo da Revista Avisalá: http://avisala.org.br/index.php/assunto/espaco-educativo/espaco-escolar-bem-planejado/

Fonte: Texto adaptado - Tempos e espaços para a infância e suas linguagens nos CEIs, creches e EMEIs da cidade de São Paulo /Secretaria Municipal de Educação. - São Paulo : SME / DOT, 2006. 96p.

sábado, 19 de setembro de 2015

Sobre o Brincar


A brincadeira infantil apresenta uma forma singular de comunicação e expressão e pode ser considerada como uma das linguagens do que chamamos de “cultura da infância”. Brincando, as crianças criam para si um mundo de fantasia e ludicidade, a partir do qual vivem, aprendem, descobrem, se relacionam, pensam e atribuem significado ao mundo.


O sociólogo Manuel Sarmento define as culturas infantis como “um conjunto estável de atividades ou rotinas, artefatos, valores e ideias que as crianças produzem e partilham em interação com seus pares”.


Enquanto brincam, as crianças têm a oportunidade de socializar as experiências sociais e culturais que estão vivendo, apropriando-se dos códigos e valores do mundo e da cultura da qual fazem parte. A brincadeira possibilita que as crianças se apropriem dos códigos culturais já fixados e é também a via pela qual elas produzem sua própria cultura.


Mas, é importante sempre frisar, que as culturas infantis não são construídas de maneira isolada ou solitária, mas a partir da relação que os adultos estabelecem com as crianças, transmitindo-lhes seu mundo como uma herança, e da relação, por outro lado, que as próprias crianças estabelecem entre si, de modo a re-elaborar aquele legado que lhes foi transmitido.


Quanto mais permitimos que as crianças brinquem, mais estamos garantindo a elas o direito de viver a plenitude da infância. Ao contrário, se ocupamos o tempo dos pequenos com um milhão de atividades super estimulantes na ilusão de que assim elas vão se desenvolver melhor, corremos o risco de roubar a linguagem primordial da criança: o brincar!
Daniela Monteiro 

Brincar é muito mais que entregar uma caixa cheia de brinquedos e deixar as crianças explorarem aleatoriamente enquanto a professora realiza outra atividade. Oportunizar o Brincar é pensar no espaço, nos brinquedos e materiais que irão compor a brincadeira. É ter intencionalidade em cada proposta, é diversificar os materiais para que as crianças possam exercer sua autonomia escolhendo onde e de que querem brincar. É preciso PLANEJAMENTO.
No CEI Maria de Lourdes Scoralick Serretti o Brincar ocupa um lugar especial. As crianças tem oportunidade de vivenciar momentos significativos do Brincar dentro e fora da sala, mas o espaço preferido é sempre o pátio. 

Para tornar esse momento mais especial organizamos os brinquedos de forma diferente, trazemos novos elementos para compor a brincadeira, montamos cenários diversos para que cada um possa escolher onde e de que quer brincar e ai é só deixar por conta dos pequenos. 
Alguns registros desses momentos