segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Você sabe o que é Inclusão Social?

É o conjunto de meios e ações que combatem a exclusão aos benefícios da vida em sociedade, provocada pelas diferenças de classe social, educação, idade, deficiência, gênero, preconceito social ou preconceitos raciais. Inclusão social é oferecer oportunidades iguais de acesso a bens e serviços a todos.
 Fonte: Wikipédia

Jogos Virtuais

Estratégia de aprendizagem e inclusão

Quando nos referimos à aprendizagem, é comum afirmarmos que cada indivíduo tem o seu tempo e que o meio interfere no desenvolvimento das habilidades. Nesse sentido, existe um questionamento que, no período contemporâneo, torna-se necessário: em uma realidade na qual os jovens, desde bem novos, têm contato com aparelhos celulares, smartphones, computadores, tablets e jogos virtuais, seria realmente possível as crianças permanecerem paradas, estáticas e passivas nas salas de aula?
Durante os últimos tempos, o que mais temos escutado e presenciado nas escolas são estudantes que não querem mais “só copiar”. Muitas vezes, eles sabem os conteúdos, mas seus registros são diminutos, apresentando cadernos com pouco ou quase nada copiado do quadro.
Frente a tal cenário, vale a consideração de que as pessoas aprendem de várias formas: umas são mais visuais, outras mais auditivas, algumas deduzem com facilidade e outras precisam explorar mais conteúdos para compreender determinada matéria. É nesse sentido que o uso das tecnologias para a aprendizagem pode ser ainda mais agregador.
Partindo desse enfoque, abordaremos o tema da inclusão pelo viés que é, muitas vezes, considerado o vilão nas salas de aula: a presença dos jogos virtuais na realidade dos alunos a partir dos meios eletrônicos, com destaque para o computador.

Para todos os ritmos

Os jogos virtuais podem ser utilizados para ensinar e aprender de forma lúdica e, simultaneamente, inclusiva. Isso implica pensarmos na sua utilização em contraste às metodologias tradicionais quando elas falham ao homogeneizar os alunos, e como uma ferramenta capaz de levar os alunos a superar desafios em relação à própria aprendizagem.
Entre outras coisas, a utilização de jogos virtuais para o ensino e a aprendizagem possibilita o desenvolvimento: da coordenação motora, da percepção espacial, da atenção, da concentração, da criatividade, da boa reação a situações desafiadoras, dos reforços positivos, da superação de fases e obstáculos, da escolha e elaboração de atividades, da elaboração de textos e desenhos etc.
Além disso, os jogos virtuais e outras ferramentas tecnológicas exigem habilidades como o raciocínio lógico, instigam a curiosidade e podem servir como forma de contextualizar o conhecimento, potencializando o interesse em aprender. Isso significa que estimulam habilidades necessárias para a aprendizagem formal em quaisquer níveis de educação.

Jogos virtuais para a aprendizagem

Existem jogos para todos os tipos de necessidades e que permitem um ambiente interativo onde o jogador pode manipular, refletir, deduzir e explorar diversas áreas do conhecimento em seu próprio ritmo. Há inúmeros sites e jogos online interessantes que têm se mostrado eficazes nesse sentido, pois conseguem se adaptar aos alunos e às suas necessidades. Conheça alguns deles a seguir:
• O site Aprendizagem aberta Site externo tem um ambiente Site externo com jogos virtuais, como quebra-cabeças e labirintos, para trabalhar a alfabetização e as coordenações motora e viso-motora de crianças na educação infantil;
• O portal Bebelê Site externo reúne aplicativos voltados à alfabetização de crianças também na educação infantil;
• A página Brincando com Ariê Site externo apresenta jogos Site externopara trabalhar a alfabetização e conteúdos de matemática, português, inglês e francês com crianças;
• O portal Digipuzzle Site externo disponibiliza jogos online para trabalhar conteúdos de ciências, geografia e matemática (contagem, multiplicação e horas) com alunos do ensino fundamental I;
• O site Escola games Site externo  apresenta jogos para aprimorar o aprendizado em diferentes fases de ensino. Os jogos são categorizados em fácil, médio e difícil e possibilitam trabalhar memória, atenção e concentração;
• A página Racha Cuca Site externo  tem jogos voltados para a lógica e o raciocínio. Os recursos são categorizados por idade (há opções para crianças acima de 12 anos), nível de dificuldade e tempo de duração.
Como exemplo do uso desses recursos, posso citar a minha própria experiência, pois os utilizo com alunos no atendimento educacional especializado (AEE) e também com crianças que apresentam alguma dificuldade de aprendizagem. Em minha prática, procuro estar sempre mediando e acompanhando a aprendizagem e propondo novos desafios de acordo com a demanda e a necessidade de cada estudante.
Em outras palavras: a interação e a mediação do professor ou psicopedagogo são muito importantes, pois ajudam a selecionar os diferentes jogos. E valorizar o que cada aluno possui como habilidades é o primeiro passo na escolha de atividades motivadoras.

Eliane Fátima Mariotti Cossetin é professora de atendimento educacional especializado (AEE), possui curso de formação para professores em AEE pela Universidade Federal de Santa Maria (UFMS), é pós-graduada em educação especial, deficiência mental e transtornos globais do desenvolvimento pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ) e em psicopedagogia clínica e institucional pela UNINTER.
© Instituto Rodrigo Mendes. Licença Creative Commons BY-NC-ND 2.5 Site externo. A cópia, distribuição e transmissão dessa obra são livres, sob as seguintes condições: você deve creditar a obra como de autoria de Eliane Fátima Cossetin e licenciada pelo Instituto Rodrigo Mendes Site externo e DIVERSA.

Tecnologias assistiva, você sabe o que é?

Tecnologia Assistiva é um termo ainda novo, utilizado para identificar todo o arsenal de Recursos e Serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e consequentemente promover Vida Independente e Inclusão.
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Objetivos da Tecnologia Assistiva:
Proporcionar à pessoa com deficiência maior independência, qualidade de vida e inclusão social, através da ampliação de sua comunicação, mobilidade, controle de seu ambiente, habilidades de seu aprendizado, trabalho e integração com a família, amigos e sociedade.
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Tecnologia assistiva ajuda a melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiência.

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Fonte: pesquisa na Net 

domingo, 2 de dezembro de 2018

Profissional de apoio

Profissional de apoio na escola: quando ele é necessário?

O aluno com deficiência chega e a dúvida surge: ele precisa de um profissional de apoio? Saiba quando a presença desse agente auxilia – e quando ela pode ser uma barreira à inclusão.

Uma mulher auxilia um estudante cego a se locomover por um corredor.
Profissional de apoio deve garantir a autonomia e a independência do aluno. Foto: Aliocha Maurício.
Em vigor desde 2016, a Lei brasileira de inclusão (LBI) prevê a presença de um profissional de apoio, quando necessário, em salas de aula onde há estudantes com deficiência ou transtorno do espectro autista (TEA). Mas, por não apresentar definições ou diretrizes práticas sobre o tema – tarefas que ficam sob responsabilidade das redes de ensino – os educadores e familiares que recorrem à legislação para se orientar no dia a dia acabam com mais dúvidas do que respostas: toda criança com diagnóstico precisa de um? Qual sua função? Para responder essas e outras perguntas, o DIVERSA reuniu uma série de dicas e histórias reais que irão te ajudar a avaliar quando esse ator escolar pode auxiliar ou não o processo de inclusão dos alunos público-alvo da educação especial. Confira.

Quem tem direito?

A LBI assegura a oferta de profissional de apoio para estudantes com deficiência auditiva, visual, física, intelectual ou com autismo matriculados em qualquer nível ou modalidade de ensino de escolas públicas ou privadas. Segundo a legislação, é sua função exercer “atividades de alimentação, higiene e locomoção […] e atuar em todas as atividades escolares nas quais se fizer necessário”.
A presença desse profissional, portanto, está diretamente relacionada ao público-alvo da educação especial. Por isso, quando a criança com deficiência chega na escola, sua contratação costuma ser uma das primeiras preocupações de educadores e familiares.
Mas é importante destacar: a existência de um diagnóstico não impõe a obrigatoriedade desse apoio. Isto é, não é porque o aluno tem uma deficiência que ele precisa do profissional.

Quando o apoio é necessário?

A Educação Inclusiva parte do pressuposto de que somos todos únicos e que, por isso, o processo de inclusão de cada estudante também é singular. Assim, a necessidade de um profissional de apoio deve ser avaliada particularmente, tendo em vista, de um lado, as singularidades do aluno, e do outro, o objetivo do apoio: promover sua autonomia e independência.
Nessa investigação, é importante envolver o próprio estudante, a família, os educadores e outros atores da comunidade escolar. A participação do professor do atendimento educacional especializado (AEE) também pode ser de grande valia.
Os exemplos abaixo mostram como essa avaliação foi realizada em diferentes contextos.

O apoio não é pedagógico

Há mais de 10 anos, quando as escolas de Florianópolis (SC) começaram a receber crianças que necessitavam de auxílio na alimentação, locomoção e cuidados pessoais, a Secretaria de Educação contratou profissionais de apoio para atender a demanda. No entanto, como eles tinham formação na área da educação, a medida gerou situações em que os alunos com deficiência eram pedagogicamente atendidos de forma individualizada, separados dos demais, perdendo o sentido da inclusão. Ou seja, uma estratégia cujo objetivo era facilitar o processo acabou se constituindo como uma barreira à participação dos estudantes.

Caráter transitório

Em 2012, a gestão da Escola Municipal Helena Zanfelici, em São Bernardo do Campo (SP), percebeu que era preciso ter um olhar atento aos chamados “cuidadores”, profissionais colocados à disposição pela Prefeitura para auxiliar estudantes com comprometimento motor. Segundo a diretora, havia riscos de as crianças se tornarem dependentes. Um exemplo que dá luz a uma questão importante: garantir o caráter transitório da função.

Estratégias para além do diagnóstico

Já no Rio de Janeiro (RJ), uma estagiária responsável por tarefas de “mediação” partiu da convivência com um garoto com autismo para criar estratégias de inclusão.

Leia mais em https://diversa.org.br/profissional-de-apoio-na-escola-quando-ele-e-necessario/

terça-feira, 27 de novembro de 2018

A estimulação precoce em bebês e crianças


O estímulo que recebe o bebê constitui a base do seu desenvolvimento futuro



 Vilma Medina  
Diretora de Guiainfantil.com
O estímulo precoce, como o próprio nome já diz, tem como objetivo desenvolver e potencializar, através de jogos, exercícios, técnicas, atividades, e de outros recursos, as funções do cérebro do bebê, beneficiando seu lado intelectual, seu físico e sua afetividade. Um bebê bem estimulado aproveitará sua capacidade de aprendizagem e de adaptação ao seu meio, de uma forma mais simples, rápida e intensa.
Todos sabemos que os bebês nascem com um grande potencial e que cabe aos pais fazer com que este potencial se desenvolva ao máximo de forma adequada, positiva e divertida.
Para entender este processo, é necessário que entendamos primeiro, com é o amadurecimento do ser humano. Ao contrário dos animais, nós seres humanos somos muito dependentes dos nossos pais desde que nascemos. Demoramos mais para caminhar e dominar nosso ambiente. Tudo depende da aprendizagem que tivermos. Apesar da nossa capacidade estar limitada pela aprendizagem, nossas habilidades estão relacionadas à sobrevivência. Sem o aprendizado, nos convertemos em seres indefesos, sós, e expostos a todo o bem ou mal. Por outro lado, se aprendemos, nosso cérebro adaptável, nos permitirá crescer e sobreviver diante das situações mais adversas. 
A estimulação precoce o que faz é unir esta adaptabilidade do cérebro à capacidade de aprendizagem, e fazer com que os bebês saudáveis amadureçam e sejam capazes de adaptar-se muito melhor ao seu ambiente e às diferentes situações. Não se trata de uma terapia nem de um método de ensino formal. É apenas uma forma de orientação do potencial e das capacidades dos mais pequenos. Quando se estimula um bebê, está-se abrindo um leque de oportunidades e de experiências que o fará explorar, adquirir destreza e habilidades de uma forma mais natural, e entender o que ocorre ao seu redor.

Quando e como estimular um bebê

Colocar em prática uma estimulação precoce, é uma decisão absolutamente pessoal. Os pais são os que podem decidir se a querem ou não aplicá-la ao cotidiano do seu filho. No entanto, se decidem pelo estímulo precoce, deverão iniciá-lo o mais breve possível, já que, segundo os especialistas, a flexibilidade do cérebro vai diminuindo com a idade. Desde o nascimento até os 3 anos de idade, o desenvolvimento neuronal dos bebês alcança seu nível máximo. A partir dos 3 anos, começará a decrescer até sua total eliminação aos 6 anos de idade, quando já estarão formadas as interconexões neuronais do cérebro do bebê, fazendo com que seus mecanismos de aprendizagem sejam parecidos ao de uma pessoa adulta. É claro que continuarão aprendendo, mas não ao mesmo ritmo e com todo o potencial de antes.
Todos os bebês experimentarão diferentes etapas de desenvolvimento que podem ser incrementadas com uma estimulação precoce. Para isso, deve-se reconhecer e motivar o potencial de cada criança individualmente, e apresentar-lhe objetivos e atividades adequadas que fortaleçam sua auto-estima, iniciativa e aprendizagem. A estimulação que o bebê recebe nos seus primeiro anos de vida, constituem a base do seu desenvolvimento futuro.
Além das atividades que se aplicam na estimulação do bebê, é muito importante destacar que o ambiente também é uma ferramenta que devemos considerar. O ambiente não é somente um lugar tranquilo, onde se respira respeito, tolerância, paciência, o acordo e a união, também são as pessoas que acompanham ao pequeno. Se o bebê conta com a companhia de pessoas significativas para ele, como é o caso dos seus pais, eles se sentirão apoiados em seu vínculo afetivo, em suas habilidades e destrezas. A estimulação será mais completa.

Fonte: pesquisa na net

Por mais bibliotecas nas escolas.

Toda nova escola pública de educação básica deverá ter biblioteca

Projeto recentemente apresentado no Senado Federal determina que toda nova escola pública de educação básica que venha a ser construída no país tenha uma biblioteca. O PLS 319/2018 aguarda designação de relator na Comissão de Constituição Justiça e Cidadania (CCJ).
De autoria da senadora Rose de Freitas (Pode-ES), o PLS torna obrigatório no projeto básico de construção de estabelecimentos de educação básica a “identificação na planta baixa e dotação orçamentária específica para a construção de biblioteca escolar”.

Para tanto, o projeto acrescenta um artigo à Lei 12.244/2010, que dispõe sobre a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino brasileiras.
De acordo com Rose de Freitas, o Censo Escolar de 2016 mostrou que apenas 49,2% das escolas dos anos iniciais do ensino fundamental têm biblioteca ou sala de leitura. O percentual melhora nos anos finais do ensino fundamental (73,8%) e no ensino médio (88,3%), diz a senadora.

“Alguém já disse que uma ‘escola é uma biblioteca rodeada por salas de aula’. Uma frase não poderia ser mais verdadeira, já que a leitura e a pesquisa que ocorrem em uma biblioteca são ao mesmo tempo meio para um aprendizado eficaz, mas também o fim de todo processo de ensino. Afinal, se a escola conseguir criar nos alunos o hábito de leitura, já terá feito a maior parte do seu trabalho”, afirma Rose de Freitas na justificação de seu projeto.
Após passar pela CCJ, o PLS 319/2018 será analisado em caráter terminativo pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE).
Agência Senado

Fonte:  http://www.filhosetal.com/toda-nova-escola-publica-de-educacao-basica-devera-ter-biblioteca/

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Clínica-escola gratuita para autistas: sonho ou realidade?

Projeto que prevê os centros de referência nos estados tramita pelo Senado

O Brasil não tem dados sobre quantas crianças no país convivem com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), ou autismo, como é mais conhecido, mas é fato que não são poucas. E dada a escassez de centros especializados no atendimento de autistas, muitos pais são forçados a sacrifícios para oferecer aos filhos ao menos o tratamento básico. Tal situação, porém, pode estar prestes a mudar, com a possível obrigação de todo estado ter pelo menos uma clínica-escola gratuita para autistas.

Pillar Pedreira-Agência Senado
A ideia já tramita do Senado por meio do projeto de lei (PLS 169/2018) que obriga cada estado a construir pelo menos um centro de assistência integral para os autistas desassistidos.
Trata-se, originalmente, de uma sugestão apresentada ao Senado por uma mulher do Ceará, via Portal e-Cidadania. No começo de abril, a Comissão de Direitos Humanos (CDH) decidiu transformá-la em projeto de lei. A relatora da sugestão na CDH foi a senadora Regina Sousa (PT-PI). Segundo ela, poucos autistas brasileiros têm acesso ao tratamento integral. Primeiro, porque são raros os centros de referência ao autismo; depois, porque, quando existem, são privados e caros.
“Os centros de referência em autismo não exigirão gastos extras. Bastará que os estados façam o remanejamento de servidores e a adaptação de prédios públicos já existentes”, assegurou a senadora, acrescentando que o governo não sabe quantos autistas existem no Brasil.
A psicopedagoga Viviani Amanajás, mãe de um autista, ratifica a preocupação, ressaltando que até hoje, o país trabalha apenas com uma estimativa. “Não sabemos quantos somos no Brasil. Sem saber quem somos e onde estamos, não conseguimos fazer uma política pública efetiva”.
No dia 2 de abril, numa audiência pública na CDH, pais e especialistas defenderam que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) inclua o autismo no questionário dos Censos. A Câmara dos Deputados estuda um projeto de lei que contém essa previsão (PL 6.575/2016).
Estudos feitos no exterior indicam uma prevalência de 62 autistas para cada grupo de 10 mil pessoas. Considerando esse dado, o Brasil teria 1,3 milhão de pessoas com autismo — o mesmo que a população de Campinas (SP). Há estimativas que chegam a sugerir que o país tem 2 milhões de autistas, o que reforça a necessidade da clínica-escola gratuita para autistas.
Pillar Pedreira-Agência Senado
Até onde a ciência já chegou, o autismo resulta de falhas no desenvolvimento do cérebro do bebê e se caracteriza por alterações de comportamento e dificuldades de comunicação e interação social. A intensidade dos sinais varia bastante, indo do autista que leva uma vida muito próxima do normal ao autista que não pode viver sem a vigilância constante da família. Sem os estímulos, os sinais pioram.
Dificuldades
A 60 quilômetros de casa, Miguel tem aulas de natação, recebe reforço educacional com psicopedagogo, se trata com terapeuta ocupacional e se consulta com psicólogo — além de frequentar uma escola pública, onde está sendo preparado numa sala de aula especial para um dia juntar-se a uma turma regular.
Cada atividade fica num bairro de Brasília. Os trajetos são percorridos em ônibus. Mãe e filho saem de casa pela manhã, às 8h, e só voltam à noite, às 19h. A rotina forçou a técnica em química Genilda Gomes a abandonar o trabalho numa fábrica de alimentos.
“É exaustivo para nós dois. Sinto que o Miguel não rende tanto quanto poderia nos tratamentos e na escola porque já chega cansado”, conta.
Pillar Pedreira-Agência Senado
A escola e a natação são oferecidas pelo governo. O psicopedagogo, o terapeuta ocupacional e o psicólogo, por instituições filantrópicas que cobram uma taxa simbólica. Se fossem pagos, a família não conseguiria arcar com os serviços. Por falta de dinheiro, o menino não frequenta sessões de fonoaudiologia. Miguel até hoje não fala.
A dona de casa Adriana Abreu passa por um drama parecido. Ela vive no Riacho Fundo (DF) e também faz inúmeras viagens de ônibus para levar os dois filhos autistas — Elias, de 8 anos, e Camila, de 6 — para o tratamento. Ela ouve insultos com frequência:
“Somos chamados de mal-educados por estarmos sentados no assento reservado. Sempre que os meus filhos ficam nervosos e começam a gritar ou se debater, algum passageiro me acusa de ser uma mãe permissiva, que não sabe dar limites. Os autistas são sensíveis ao barulho, e o ônibus cheio equivale a uma sessão de tortura. Muita gente não acredita quando explico que eles têm deficiência. Nem sei quantas vezes chorei no ônibus”.
Pillar Pedreira-Agência Senado
Realidade
A clínica-escola gratuita para autistas sonhada pelas famílias de crianças com o problema não é utopia. Há quatro
anos existe uma instituição desse tipo em Itaboraí (RJ), nos moldes do que está previsto no projeto de lei do Senado. Os atendimentos são pagos pela prefeitura. Atualmente, 160 autistas estão em tratamento, e uma fila grande espera novas vagas. Perto de 25 especialistas respondem pelos tratamentos.
De manhã, os autistas passam por diversas terapias. À tarde, aqueles que ainda não frequentam a escola têm aulas individuais para que superem as deficiências na aprendizagem e sejam incluídos no ensino regular. As famílias participam de cursos de culinária, nos quais aprendem a preparar alimentos sem glúten e proteína do leite. Estudos indicam que as substâncias podem agravar os comportamentos típicos dos autistas.
“No início, toda hora tínhamos que correr para as salas para conter autistas em crise. Como resultado das terapias e da alimentação, isso cessou. Faz tempo que não temos episódios de crise”, explica Berenice Piana, idealizadora da clínica-escola e militante que lutou pela aprovação da lei federal pró-autista de 2012 (também chamada de Lei Berenice Piana).
Pillar Pedreira-Agência Senado
Direito garantido
Para tornar essa população visível, o governo sancionou no dia 13 de abril deste ano uma lei aprovada pelo Congresso que transforma 2 de abril no Dia Nacional de Conscientização sobre o Autismo (Lei 13.652). A expectativa é que a sociedade passe a conhecer mais sobre um transtorno envolto em preconceito e desconhecimento.
Graças à mobilização de pais e mães, os autistas conseguiram em 2012 uma lei federal que lhes garantiu uma série de direitos, entre os quais o diagnóstico precoce e o tratamento multiprofissional (Lei 12.764). A conquista foi reforçada três anos depois, com a aprovação da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146).
Para atender a lei de 2012, o que o governo fez foi direcionar os autistas aos centros de atenção psicossocial (Caps), ambulatórios municipais ou estaduais.
Porém, os pais dos autistas não ficaram satisfeitos. Eles avaliam que os Caps são inócuos e estão longe de ser centros de referência. O tratamento não é integral, as consultas são esparsas e rápidas, o aspecto educacional é ignorado e o ambiente é impróprio para os autistas.
Com informações de Ricardo Westin/ Agência Senado

Fonte:  http://www.filhosetal.com/clinica-escola-gratuita-para-autistas-sonho-ou-realidade/

Consulta Pública sobre Inclusão, vc participou?

MEC quer que alunos com deficiência possam frequentar apenas escolas e classes especiais

MEC quer que alunos com deficiência possam frequentar apenas as escolas e classes especiais 
Alunos com deficiência necessitam de um apoio especial durante as aulas, o maior motivo da diferença de opiniões sobre o tema.
Terminou nesta sexta-feira (23) a consulta pública sobre o texto preliminar do novo marco regulatório da educação especial, que permitirá a estudantes com deficiência frequentar apenas escolas e classes especiais, ou seja, deixar de frequentar as escolas regulares. De acordo com a nova Política Nacional de Educação Especial, a escola especial é indicada “quando barreiras nas escolas comuns não forem superadas, para a garantia da efetiva aprendizagem, participação e igualdade de oportunidades”. Grande parte dos pais, educadores e especialistas estão se manifestando contra a proposta.
Segundo o Ministério da Educação (MEC), a proposta é atualizar a legislação vigente. Atualmente, há mais de um milhão de matrículas de estudantes do ensino especial nas escolas públicas e privadas da educação básica. O texto, no entanto, traz pontos considerados polêmicos, como as escolas especiais. Para a advogada e vice-presidente da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, Ana Cláudia Mendes de Figueiredo, permitir que a escolarização dos alunos com deficiência deixe de acontecer nas escolas e classes regulares “é um retrocesso”. A entidade participou das reuniões, junto com outros especialistas na área, mas diz que nenhuma de suas sugestões e ponderações foi contemplada.
Ana Cláudia defende que esses estudantes frequentem classes tradicionais e que as escolas sejam adequadas para recebê-los. Segundo ela, o texto proposto promove a segregação de alunos que “não conseguem acompanhar” ou ter pleno êxito escolar medido por avaliações e retoma “modelo médico da deficiência, pautado na incapacidade e na incompetência do aluno”.
O novo marco é, no entanto, elogiado pela coordenadora nacional de Educação e Ação Pedagógica da Federação Nacional das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes), Fabiana Maria das Graças Oliveira. “Temos alunos que têm necessidade de ajuda e apoio intenso e adaptações significativas que dificilmente conseguiriam estar em uma escola comum. A escola especial é só esse caso”.
Segundo a relatora da Comissão de Educação Especial do CNE, Suely Menezes, a política, criada em 2008, ainda não está plenamente em prática. “A política de 2008 colocou o aluno com deficiência nas classes regulares. A política é estabelecida dentro de uma visão internacional que puxa o Brasil para adotar esses conceitos e atitudes internacionais, mas o Brasil não estava muito preparado”, diz.
O novo marco, que foi elaborado pelo Ministério da Educação (MEC) em parceria com especialistas, esteve disponível para receber contribuições da sociedade pelo site www.mec.gov.br. O texto final será encaminhado ao Conselho Nacional de Educação (CNE).

Convivência cria estímulo e novas experiências

MEC quer que alunos com deficiência possam frequentar apenas as escolas e classes especiais
Jamile com os filhos João e Pedro, que frequentam uma escola regular da rede municipal de ensino. Crédito da foto: Arquivo Pessoal
A dona de casa Jamile Moura, 34 anos, é mãe de duas crianças autistas, o João Vitor, de 7 anos, e o Pedro Henrico, de 5. Para ela, a proposta de atualizar a legislação é um retrocesso. “Meus filhos têm acompanhamento na escola, fazem a sala de apoio e têm acompanhamento específico. Os dois contam com cuidador”, diz. Ela se diz “totalmente contra” deixar as crianças apenas em entidades. “Meus filhos, convivendo com crianças neurotípica, têm uma evolução muito rápida. Consigo ver coisas diferentes, novos aprendizados.”
O grau de autismo das crianças é moderado e João Vitor, que não falava, tem pronunciado frases. Já o caçula ainda não fala, mas a mãe acredita que isso ocorrerá com o tempo. “Eles compreendem tudo e têm muito boa convivência com os amiguinhos. Fazem as atividades propostas e na dificuldade, o cuidador ajuda.”
Jamile conta que as duas crianças estudam em escolas municipais e no caso dos dois, a avaliação é feita de maneira diferente. “Quando vou na reunião, é apresentado um dossiê de tudo o que fizeram, com fotos e filmagem, e assim vejo o que tem sido trabalhado com eles.”
Na escola Paulo Tortello, conta Jamile, a professora Adriana trabalha a Análise Comportamental Aplicada (ABA) com o João. Já no CEI-45, a diretora do Pedro faz muita especialização e foi para Cuba este ano estudar sobre as crianças autistas. “As crianças neurotípicas são escolarecidas e ajudam meus filhos. Eles são bem acolhidos pelos amiguinhos, esse vínculo afetivo é importante para eles. Para as crianças neutotípicas também é importante porque já crescem sem preconceito, sem achar que o amiguinho diferente não serve para estar junto.” Com a nova proposta, Jamile tem receio que seus filhos regridam na evolução que já conquistaram.
Gisele Vieira Hessel, cuidadora de crianças com deficiência na rede municipal de Sorocaba, discorda completamente da nova proposta, pois acredita ser muito importante para estas crianças frequentarem as escolas comuns. “Elas aprendem muito com as outras, absorvem comportamentos, imitam muito e aprendem a se socializar, a brincar”. Para ela, essa notícia da mudança na lei é um choque. “Quem propôs não conhece a realidade escolar, a diferença que faz na vida das pessoas com deficiência. Elas florescem. No caso das que não têm necessidades especiais, também faz a diferença porque essa geração está sabendo conviver com crianças diferentes.” Quando o aluno não tem condições de ir até a escola, é feita a educação domiciliar. “Temos um estudante na escola que é atendido dessa maneira e quando tem festa, teatro na escola, a mãe leva para ele ter também a socialização.”
Já Sheila Garbulha Tunucchi, professora da educação especial há 12 anos, e que trabalha em sala de recursos numa escola rural de Porto Feliz, afirma que não é contra nem a favor da alteração — porque depende muito do que vai ser decidido. Ela, que é especialista em deficiência intelectual e atende também outras deficiências, observa que tem casos de crianças que não teriam condições de estar em salas regulares e que deveria ter uma preparação para que elas pudessem de fato estar junto das outras. “Teria de ter um trabalho anterior para depois incluir no ambiente escolar. Todos têm direito a aprender desde que um não atrapalhe o aprendizado do outro.” Sheila afirma que a atual legislação não funciona como deveria. “Por isso sou a favor de trabalhar o potencial do individual, independente do local onde a criança está.” (Com informações da Agência Brasil)

Fonte:https://www.jornalcruzeiro.com.br/suplementos/educare/mec-quer-que-alunos-com-deficiencia-possam-frequentar-apenas-escolas-e-classes-especiais/?fbclid=IwAR3wi3Dlthzuj2VMeNbP-a8d0maWcMUOqfsUZwtAFCQU6Rl6PuLAg636Dbw 
Novas experiências...


                                                                                                 
Este foi um ano de novas experiências no campo profissional. Em 2017, quando sai da direção do Centro de Educação Infantil Maria de Lourdes Scoralick Serretti, onde fiquei na gestão por 06 anos, não imaginava que teria tão ricas experiências em outros lugares. E aqui estou eu, desde o início do ano de 2018 trabalhando em uma escola de Educação Especial da Rede Municipal de Ensino de Nova Lima: Escola Ana do Nascimento Souza de Educação Especial.
A princípio como professora do NATE - Núcleo de Assessoria Técnico Educacional - Sala de Estimulação Precoce trabalhando com crianças de 0 a 03 anos de idade que apresentam um quadro de deficiência ou um atraso no desenvolvimento. Uma experiência fantástica! A experiência com os pequenos contribuiu muito para esse novo percurso no campo da inclusão, afinal a criança é a mesma. Espaços, materiais e muitas possibilidades de trabalho. Um aprendizado! Pensar que todos são capazes e para isso uma dica desde o primeiro momento que cheguei: "Não pense na deficiência, veja a criança, pense na criança". Isso fez toda a diferença.
E os meses foram passando e mais uma oportunidade: um convite à direção da Escola por um período. Ufa, que desafio. E lá estava eu na direção novamente e mais uma vez a experiência muito me ajudou, desta vez na gestão. Foram 06 meses de aprendizado, angústias, alegrias, desafios, conquistas, construção, reflexão sobre o trabalho realizado por todos que ali estão, avanços, parcerias e muitos laços afetivos, afinal uma escola de Educação Especial é um espaço ESPECIAL!!!!
Terminado esse tempo é hora de retornar ao NATE para avançar no trabalho com as crianças de inclusão da Rede Municipal de Ensino de Nova Lima. 
Agradecimentos a todos, que de alguma forma passaram pelo meu caminho nesse período e me oportunizaram aprender. 

Escola Ana do Nascimento Souza de Educação Especial 

Em 2018,  88 alunos de 07 a 51 anos de idade organizados em 09 turmas. A escola também faz a gestão de 10 Salas de Recursos e 06 oficinas de complementação através do NATE, que atendem alunos de Inclusão das escolas da Rede Municipal de ensino de Nova Lima.