domingo, 2 de dezembro de 2018

Profissional de apoio

Profissional de apoio na escola: quando ele é necessário?

O aluno com deficiência chega e a dúvida surge: ele precisa de um profissional de apoio? Saiba quando a presença desse agente auxilia – e quando ela pode ser uma barreira à inclusão.

Uma mulher auxilia um estudante cego a se locomover por um corredor.
Profissional de apoio deve garantir a autonomia e a independência do aluno. Foto: Aliocha Maurício.
Em vigor desde 2016, a Lei brasileira de inclusão (LBI) prevê a presença de um profissional de apoio, quando necessário, em salas de aula onde há estudantes com deficiência ou transtorno do espectro autista (TEA). Mas, por não apresentar definições ou diretrizes práticas sobre o tema – tarefas que ficam sob responsabilidade das redes de ensino – os educadores e familiares que recorrem à legislação para se orientar no dia a dia acabam com mais dúvidas do que respostas: toda criança com diagnóstico precisa de um? Qual sua função? Para responder essas e outras perguntas, o DIVERSA reuniu uma série de dicas e histórias reais que irão te ajudar a avaliar quando esse ator escolar pode auxiliar ou não o processo de inclusão dos alunos público-alvo da educação especial. Confira.

Quem tem direito?

A LBI assegura a oferta de profissional de apoio para estudantes com deficiência auditiva, visual, física, intelectual ou com autismo matriculados em qualquer nível ou modalidade de ensino de escolas públicas ou privadas. Segundo a legislação, é sua função exercer “atividades de alimentação, higiene e locomoção […] e atuar em todas as atividades escolares nas quais se fizer necessário”.
A presença desse profissional, portanto, está diretamente relacionada ao público-alvo da educação especial. Por isso, quando a criança com deficiência chega na escola, sua contratação costuma ser uma das primeiras preocupações de educadores e familiares.
Mas é importante destacar: a existência de um diagnóstico não impõe a obrigatoriedade desse apoio. Isto é, não é porque o aluno tem uma deficiência que ele precisa do profissional.

Quando o apoio é necessário?

A Educação Inclusiva parte do pressuposto de que somos todos únicos e que, por isso, o processo de inclusão de cada estudante também é singular. Assim, a necessidade de um profissional de apoio deve ser avaliada particularmente, tendo em vista, de um lado, as singularidades do aluno, e do outro, o objetivo do apoio: promover sua autonomia e independência.
Nessa investigação, é importante envolver o próprio estudante, a família, os educadores e outros atores da comunidade escolar. A participação do professor do atendimento educacional especializado (AEE) também pode ser de grande valia.
Os exemplos abaixo mostram como essa avaliação foi realizada em diferentes contextos.

O apoio não é pedagógico

Há mais de 10 anos, quando as escolas de Florianópolis (SC) começaram a receber crianças que necessitavam de auxílio na alimentação, locomoção e cuidados pessoais, a Secretaria de Educação contratou profissionais de apoio para atender a demanda. No entanto, como eles tinham formação na área da educação, a medida gerou situações em que os alunos com deficiência eram pedagogicamente atendidos de forma individualizada, separados dos demais, perdendo o sentido da inclusão. Ou seja, uma estratégia cujo objetivo era facilitar o processo acabou se constituindo como uma barreira à participação dos estudantes.

Caráter transitório

Em 2012, a gestão da Escola Municipal Helena Zanfelici, em São Bernardo do Campo (SP), percebeu que era preciso ter um olhar atento aos chamados “cuidadores”, profissionais colocados à disposição pela Prefeitura para auxiliar estudantes com comprometimento motor. Segundo a diretora, havia riscos de as crianças se tornarem dependentes. Um exemplo que dá luz a uma questão importante: garantir o caráter transitório da função.

Estratégias para além do diagnóstico

Já no Rio de Janeiro (RJ), uma estagiária responsável por tarefas de “mediação” partiu da convivência com um garoto com autismo para criar estratégias de inclusão.

Leia mais em https://diversa.org.br/profissional-de-apoio-na-escola-quando-ele-e-necessario/

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