Mais uma abordagem teórica sobre a importância dos espaço na Educação Infantil. Esta vem aliada aos tempos que em outros posts irei abordar de forma cuidadosa por ser um aspecto também muito importante para os pequenos.
Para pensar com o grupo
Ambientes nos CEIs, Creches e EMEIs
a. Os espaços utilizados pelas crianças são atraentes e contam com materiais que possibilitam à criança explorar o entorno, interagir com diferentes parceiros, dispor de momentos de privacidade?
a. a segurança e o acolhimento da criança;
b. acessibilidade e segurança dos materiais necessários ao movimento em suas diversas possibilidades: rolar, arrastar, puxar, empurrar, subir, chutar, equilibrar, acalentar, saltitar, abaixar, utilizar força, curvar, andar na ponta dos pés;
Este texto faz parte de um material publicado na cidade de São Paulo para a formação de professores.
Tempo e espaço para crescer, viver e aprender.
Planejar o currículo vivido na Educação Infantil – que se faz ouvindo as crianças (com seus saberes e motivos, aqui incluindo também os bebês que são “ouvidos” de modo próprio) e também os pais - envolve prever condições para a ocorrência de situações de exploração que ofereçam à criança condições para que ela se construa como sujeito que se emociona, pensa, imagina, fabrica coisas. Tais situações podem envolver momentos coletivos em que todas as crianças participem da mesma vivência, momentos de trabalho diversificado realizado por grupos que as elegem segundo seus motivos e condições pessoais, e também momentos em que a privacidade de cada criança seja garantida e ela possa apenas relaxar, ou imaginar, ou explorar o entorno.
Nas interações criadas nesses momentos, as crianças põem à prova seus saberes ou significações e podem ampliá-los. No entanto, é preciso lembrar que agrupar as
crianças em um mesmo espaço não garante a qualidade das interações infantis. Essas são mais prolongadas, interessantes, criativas e criadoras de novas formas de agir, quando o professor organiza as vivências propostas, os tempos, os espaços/ ambientes e disponibiliza materiais diversos. Todos esses elementos servirão como recursos para as crianças agirem e aprenderem.
A oferta de materiais variados e sempre acessíveis às crianças e a organização de ambientes de forma confortável e orientadora das ações infantis favorecem o desenvolvimento da autonomia nas suas escolhas e a participação delas em várias atividades em um mesmo dia.
Para pensar com o grupo
Ambientes nos CEIs, Creches e EMEIs
a. Os espaços utilizados pelas crianças são atraentes e contam com materiais que possibilitam à criança explorar o entorno, interagir com diferentes parceiros, dispor de momentos de privacidade?
b. O ambiente é confortável, em especial, para as crianças que passam muitas horas na instituição de educação infantil?
c. As situações que o professor oportuniza são desafiadoras?
d. Todas as crianças estão envolvidas na mesma atividade todo o tempo ou há momentos para atividades diversificadas?
e. A criança pode interagir com companheiros de diferentes idades?
f. São organizadas filas? Para quê? Por quê? Quanto tempo elas duram? São consideradas momentos de organização dos grupos ou de restrição?
g. A partir de que idade as crianças são estimuladas a comerem sozinhas?
Elas podem se servir do alimento?
h. As crianças brincam com freqüência? De quê? Com quais materiais elas brincam?
i. O pátio ou outro espaço externo é usado com freqüência? Para que tipo de atividade?
A noção de “ambiente”, contudo, extrapola os muros do CEI, da Creche ou da EMEI. O espaço físico dessas unidades educacionais não se resume apenas a sua metragem, insolação, topografia, mas ele precisa tornar-se um ambiente, isto é, ambientar as crianças e os adultos procurando atender suas necessidades e exigências nos momentos programados ou imprevistos, individuais ou coletivos.
O ambiente, inclusive, pode estenderse à rua, ao bairro e à cidade. Constitui assim uma variável decisiva da proposta pedagógica e um elemento fundamental na realização do projeto pedagógico da unidade educacional, devendo ser continuamente planejado e reorganizado por todos que nela atuam direta ou indiretamente.
O ambiente é constituído pelos modos como se organizam
a. os espaços, dando a eles o estatuto de lugares para crescer e aprender;
b. os objetos e demais materiais, instrumentos necessários aos tantos fazeres e inventos infantis.
c. os tempos das tantas propostas que são apresentadas às crianças e das ações que elas mesmas criam e recriam.
Os diferentes ambientes dos CEIs, das Creches e das EMEIs devem ser organizados de modo a propiciar às crianças oportunidades para ampliar suas experiências no mundo da natureza e da cultura, produzir novas significações e renovar sua cultura. Para tanto, faz-se necessário superar o modelo pedagógico centrado no adulto e construir:
1. um ambiente aberto à exploração do lúdico;
2. lugares onde crianças e adultos possam se engajar em atividades culturais cujos aspectos cognitivos, estéticos e éticos sejam continuamente re-significados;
3. um cotidiano que integre uma postura de cuidado à educação, traduzindo em ações os Direitos da Criança;
4. uma atmosfera de tolerância, respeito e curiosidade para com as culturas locais, as famílias, suas comunidades e seus modos próprios de viver.
Nessa organização participam as crianças e os educadores, pois é pelo relacionamento desses atores que o espaço ganha cores e sons, cheiros e sabores, objetos e memórias.
Orientações para a organização dos espaços
A Infância, quando vivenciada nos ambientes da Educação Infantil, reflete um tempo de experiências educativas seguras, afetivas e estimulantes, promotoras de mudanças e ampliação de suas capacidades de fazer, sentir, pensar e usar diferentes linguagens. A criança guarda em sua memória essas experiências como parte de sua história. Sua aprendizagem acontece pela mediação dos elementos encontrados no ambiente em que ela está incluída, particularmente pela ação mediadora daqueles que com ela se relacionam, sejam eles adultos ou crianças.
O espaço precisa ser cuidadosamente preparado de modo a contemplar:
b.a superação de obstáculos (locais perigosos) e a promoção de desafios para a sua exploração;
c. a gama de interesses e conhecimentos dos bebês e das crianças maiores;
d. a presença das produções infantis e todas as demais marcas da infância nas mais diversas formas de expressão na composição estética do ambiente;
e. a multifuncionalidade dos espaços e a acessibilidade de materiais para as crianças nas diferentes idades;
f. a diversidade das propostas para a qual ele pode ser ambientado: momentos coletivos, em grupo ou individuais;
g. a ocorrência de interações sociais prolongadas e criativas e espaços para cada criança ter privacidade;
h. a presença de objetos que permitam à criança ter contato com elementos de outras culturas e o convívio com uma diversidade maior de valores estéticos;
i. a visibilidade do espaço exterior;
j. o contato com o meio externo e os elementos da natureza necessários à saúde e à qualidade de vida.
Orientações para a organização de materiais
Objetos e materiais existentes no ambiente servem de recurso para a criança explorar, interagir. O tipo, o número e a variedade
dos objetos – brinquedos diversificados e em número suficiente, livros, vestimentas - a forma com que eles e os materiais se dispõem no ambiente pode auxiliar ou dificultar a autonomia da criança na realização de seus projetos, ações, idéias e invenções. Um livro em uma estante inacessível é invisível para a criança pequena. Objetos de difícil manuseio escapam de sua exploração e investigação. Mesas, cadeiras, pratos e talheres inadequados desestimulam a boa alimentação. Assim, até mesmo a escolha e a organização dos materiais são objetos de planejamento.
O planejamento do trabalho das crianças com diferentes linguagens deve atender aos seguintes critérios em relação aos materiais:
a. disponibilidade dos materiais necessários à expressão nas diferentes linguagens: objetos produtores de sons, materiais para desenhar, pintar, moldar, colar;b. acessibilidade e segurança dos materiais necessários ao movimento em suas diversas possibilidades: rolar, arrastar, puxar, empurrar, subir, chutar, equilibrar, acalentar, saltitar, abaixar, utilizar força, curvar, andar na ponta dos pés;
c. equilíbrio entre oferta de brinquedos convencionais – tanto para o faz-de-conta como para os jogos de mesa – e de materiais menos estruturados;
d. acessibilidade da criança aos CDs de música, aos livros e outros portadores de escrita, bem como a outros bens culturais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário