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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Adaptação: a cada ano um novo desafio. Mas se bem planejado, crianças e pais agradecem.

A adaptação é um processo que envolve todos dentro da instituição. E a cada ano novos desafios para fazer este período ficar mais tranquilo para as crianças e os familiares.
No CEI Maria de Lourdes iniciamos o ano refletindo sobre o processo de adaptação das crianças e o que podemos fazer para amenizar este "sofrimento".
1º Passo: estudo e reflexão do processo de adaptação.
 
“Há muito tempo atrás nas creches e pré-escolas e até mesmo nas escolas de ensino fundamental, parecia não haver outro jeito: ou as crianças se adaptavam ou se adaptavam. A mãe “precisava” trabalhar e a criança “precisava” ficar na creche. Os primeiros dias em uma instituição educacional eram visto como um mal necessário pelo qual toda criança deveria passar. A ideia que mais cedo ou mais tarde a criança acabaria se acostumando, o que de fato acabava acontecendo, fazia parte do senso comum. Sofrimento, insegurança, desamparo e outras possíveis decorrências deste processo eram desconhecias e por vezes ignorados.
“A lembrança dos primeiros dias de escola, faz parte do universo de lembranças da maioria dos educadores quando tratamos desta questão, nem sempre boas geram importantes reflexões sobre o processo de adaptação.”
(...)
“A adaptação pode ser entendida como o esforço que a criança realiza para ficar, e bem, no espaço coletivo, povoado de pessoas grandes e pequenas desconhecidas. Onde as relações, regras e limites são diferentes daqueles do espaço doméstico a que ela está acostumada. Há de fato um grande esforço por parte da criança que chega e que está conhecendo o ambiente da instituição, mas ao contrário do que o termo sugere não depende exclusivamente dela adaptar-se ou não à nova situação. Depende também da forma como é acolhida.”
“Considerando a adaptação sob o aspecto da necessidade de acolher, aconchegar, procurar o bem estar, o conforto físico e emocional, amparar, amplia significativamente o papel e a responsabilidade da instituição de educação neste processo.”
“A qualidade do acolhimento é que garantirá a qualidade da adaptação, portanto não se trata de uma opção pessoal, mas de compreender que há um interjogo de movimentos tanto da criança como da instituição dentro de um mesmo processo.”

Texto: Adaptação e Acolhimento: Um cuidado inerente ao projeto educativo da instituição e um indicador de qualidade do serviço prestado pela instituição. Cisele Ortiz.
 
2º Passo: organização dos espaços para acolher as crianças e famílias.
3º Passo: Organização da equipe para suporte às crianças e professoras.
Tudo organizado, é hora de receber as crianças.
Que show! Uma adaptação tranquila, uma equipe organizada, feliz em estar ali e o resultado de tudo isso:
Crianças tranquilas, seguras e os pais ainda mais felizes!
 
Parabéns equipe do

domingo, 11 de março de 2012

ADAPTAÇÃO!!!!!! Socooooooooooooorro!!!!!!!

Gente,
falar em adaptação é falar de choro, de gritos, de medo, de estranhamento, de cansaço. As crianças estão descobrindo o mundo e neste momento a escola é um mundo DESCONHECIDO, cheio de objetos, espaços, pessoas que não fazem parte de seu convívio social. A organização desse espaço também é diferente de sua casa. Aqui é o coletivo, as regras e os costumes muitas vezes não são comuns a um ambiente doméstico. ENFIM, TUDO DIFERENTE! E para os professores também, afinal o trabalho com crianças pequenas na perspectiva do cuidar e educar de forma indissociável ainda é um grande desafio. Mas as crianças? Choram, choram e choram.
E NÃO HÁ MOTIVO PARA CHORAR?
Já se colocou no lugar das crianças? Pare e pense só um pouquinho. De uma coisa nós professores temos que ter certeza neste momento:
A ÚNICA PESSOA QUE ESCOLHEU ESTAR AQUI É VOCÊ PROFESSORA, POR ISSO PROCURE AJUDAR A CRIANÇA A SE ADAPTAR E ACEITAR A ESCOLHA QUE FIZERAM POR ELA.
Elas tem que se adaptar às professoras, as serventes, o zelador, a direção, a secretária, a coordenadora e às outras pessoas que chegam. Nossa, quanta gente estranha! Tem que se adaptar também aos horários, afinal não dá para fazer tudo que se quer.  Dividir tudo com todos é um grande desafio para quem era apenas um em sua casa. A alimentação, é preciso se adaptar à comida que é diferente da sua casa, dormir no colchonete ou berço que não é o seu, tomar banho e ficar sem roupa diante de pessoas que não se conhece ainda e outras coisas mais que vão surgindo no cotidiano de um Centro de Educação Infantil onde várias crianças dividem o mesmo espaço.
Isso tudo se chama ADAPTAÇÃO.
Momentos difíceis que vamos vencendo juntos a cada dia, crianças, professores e funcionários.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Vamos iniciar falando da adaptação dos pequenos.

A D A P T A Ç Ã O
"A adaptação pode ser entendida como o esforço que a criança realiza para ficar, e bem, no espaço coletivo, povoado de pessoas grandes e pequenas desconhecidas. Onde as relações, regras e limites são diferentes daqueles do espaço doméstico a que ela está acostumada. Há de fato um grande esforço por parte da criança que chega e que está conhecendo o ambiente da instituição, mas ao contrário do que o termo sugere não depende exclusivamente dela adaptar-se ou não à nova situação. Depende também da forma como é acolhida."
Cisele Ortiz

É hora de pensar em como receber os pequenos.
Para nos ajudar nesta tarefa, alguns princípios são importantes:

Princípios para planejar uma boa acolhida

  1. Manter a rotina que a criança pequena tem em casa, no caso de menores de 3 anos, quanto aos cuidados específicos. Manter os rituais para dormir, comer ou usar o banheiro.
  2. Para as maiores de 3, explicar como será o seu dia a dia e colocar a rotina visualmente num quadro, para que a criança aprenda a controlar os diferentes momentos.
  3. Objetos Transicionais ou objetos de apego – Algumas crianças usam objetos tais como paninhos, chupetas, brinquedos e ficam apegadas a elas. Estas coisas têm um significado especial para elas pois criam a ilusão de que a mãe ou a pessoa na qual investem afeto estão próximas, lhes proporciona maior conforto emocional e segurança.
  4. Valorizar a identidade da criança, e escolher junto com ela seu escaninho, seu cabideiro, colocando seu nome e garantindo que aquele lugar ficará disponível para ela todos os dias para que possam guardar suas coisas.
  5. Não ficar ansiosa para que a criança ajuste sua rotina a do grupo muito rapidamente Deixar que a criança mantenha seu jeito de ser, seus rituais e sua rotina individualizada, para aos poucos se ajustar ao grupo, proporciona suavidade ao processo sem rupturas bruscas e maior controle do adulto sobre o processo.
  6. Conversar a criança sobre seus sentimentos, sobre a rotina, contar o que vai acontecer com ela, ajudar a criança a expressar seus sentimentos e valorizá-la enquanto pessoa e promover sua auto- confiança para lidar com esta situação.
  7. A inserção das crianças deve ser feita progressivamente, duas crianças por subgrupo, por semana, sendo que cada criança inicia em um período do dia (manhã/tarde), o que dá às educadoras maior disponibilidade no atendimento a cada criança e seu acompanhante.
  8. Normalmente uma semana é necessário para que algum familiar permaneça junto à criança na creche, sendo seu tempo de permanência, gradualmente reduzido, à medida em que aumenta o tempo de permanência da criança na escola, até este ficar mais tranqüilamente período integral, se for o caso.
  9. A professora deve procurar manter uma rotina estável sem muitas variações para que a criança vá dominando cada vez a rotina. As crianças aprendem a se localizar no tempo, no espaço e com as atividades quando a rotina é mantida, além de construir vínculos e se organizar para a aprendizagem.
  10. Organizar cantos de atividades diversificadas com aquelas que ele sabe que dão mais ibope para aquela faixa etária específica, auxilia o professor a despertar o interesse da criança pela brincadeira e a se interessar pela escola. Vale também saber quais as brincadeiras e brinquedos preferidos da criança para introduzi-los neste momento. Os cantos de atividades podem também favorecer que as outras crianças fiquem mais livres e brincando entre si, enquanto o professor pode dispensar uma atenção especial para a criança nova.
  11. Considerar o parque como um espaço de atividade e planejar também intervenções também para este momento. No verão brincadeiras na areia e na água, bolhas de sabão, lavar roupas de bonecas, lavar o quintal, regar plantas, e fazer estas coisas com todo o grupo vai mostrando para as crianças que o ambiente doméstico e o escolar possuem diferenças e semelhanças. No inverno os jogos motores, as cirandas, os circuitos e obstáculos, garantem que a criança possa brincar fora e estar aquecida.
  12. Propor atividades culinárias simples: fazer gelatina, pipoca, suco, docinho de leite em pó, salada de frutas para o lanche ou sobremesa, favorece que a criança perceba a continuidade temporal.
  13. Propor leitura de histórias como metáforas dos momentos que a criança vive. Pode-se conversar sobre as histórias falando dos medos básicos de todas as crianças assim é possível que a criança também se exponha e consiga lidar melhor com seus sentimentos.
"O acolhimento traz em si a dimensão do cotidiano, acolhimento todo dia na entrada, acolhimento após uma temporada sem vir à escola, acolhimento quando algum imprevisto acontece e a criança sai mais tarde, quando as outras já saíram, acolhimento após um período de doença, acolhimento por que é bom ser bem recebida e sentir-se importante para alguém.
Quando somos acolhidos, bem recebidos, em qualquer lugar, em geral nossa reação é de simpatia e abertura, esperando o melhor daquele ambiente daquelas pessoas. Quando ao contrário somos recebidos friamente, nossa tendência é também ignorar, não se envolver, passar desapercebidos. E o que acontece quando somos mal recebidos? A gente jura não voltar mais àquele lugar!"
"Por que com a criança e sua família deveria ser diferente?"
"Se considerarmos que cuidar é considerar e atender as necessidades infantis, ouvir e observar as crianças, seguir ao princípio de promoção de saúde, tanto ambiental como física e mental, interessar-se pela criança, pelo que ela pensa, sente, sabe sobre as coisas, sobre os outros e sobre si mesma, adotar atitudes e procedimentos adequados e fundamentados em conhecimentos construídos sobre as diferentes faixas etárias e realidades sócias culturais, o processo de acolhimento é um dos primeiros a ser objeto de cuidado em relação à criança."
"Para a criança entrar na creche, pré-escola e mesmo na escola significa um processo ativo de construção de novos conhecimentos e de vínculos. Quando a criança chega na instituição ela já tem expectativas sobre o comportamento dos adultos, das outras crianças e até mesmo da forma de se relacionar com os objetos e brinquedos, pois ela já construiu referências a partir de suas vivências e experiências, mesmo que seja uma criança bem pequenina, um bebê. "
"Ela precisa de um tempo para que conscientemente fique claro para ela as diferenças entre sua casa e a escola, assim como para que ela transfira seus sentimentos básicos de confiança e segurança para alguém. Este tempo é bastante individualizado, algumas crianças passam por este momento de forma mais rápida, outros mais lenta, não podemos estabelecer isto a priori."
"As crianças lidam fundamentalmente com a ansiedade da separação: a escola tem um papel fundamental ao estabelecer o corte na relação mãe-filho, e isto pode ser bastante positivo para ambos, no entanto pode gerar insegurança e fantasias de abandono e a escola e o professor são o porto seguro da criança nesta situação, garantindo-lhe o tempo todo através de sua atenção e de atividades adequadas o quanto elas não serão esquecidas." 5
"Algumas crianças demonstram maior confiança e passam a freqüentar a escola como se naturalmente já fizessem parte daquele ambiente; talvez sejam crianças melhor preparadas emocionalmente, que já tenham vivenciado experiências positivas de separação, ou que esperam este momento ansiosamente, porque têm outros irmãos que já freqüentam a escola."
"Mas, a maior parte das crianças podem reagir fortemente à separação e há diferentes maneiras das crianças reagirem a este processo: podem chorar ou ao contrário ficarem muito caladas, podem agredir a outras, podem adoecer, podem recusar-se a comer, a dormir, a brincar, é preciso acolher estas manifestações e conhecer a forma de cada um considerando como natural dentro deste processo e não rotulando a criança a partir disto. Algumas crianças têm rituais específicos para dormir, comer ou usar o banheiro, outras usam objetos tais como paninhos, chupetas, brinquedos e ficam apegadas a elas. Estas coisas têm um significado especial para elas pois criam a ilusão de que a mãe ou a pessoa na qual investem afeto estão próximas, lhes proporciona maior conforto emocional e segurança. Deixar que a criança mantenha seu jeito de ser, seus rituais e sua rotina individualizada, para aos poucos se ajustarem ao grupo, proporciona suavidade ao processo sem rupturas bruscas e maior controle do adulto sobre o processo.
Conversar a criança sobre seus sentimentos, sobre a rotina, contar o que vai acontecer com ela, ajudar a criança a expressar seus sentimentos e valorizá-la enquanto pessoa e promover sua auto- confiança para lidar com esta situação" 
Alguns indicadores de sofrimento
Outros sinais e indícios, além do choro, são reveladores do modo de estar na escola: dificuldade de vir para a escola; dificuldade de separar-se da mãe ou de quem traz a criança para a escola; rejeitar ser cuidado por outra pessoa; rejeitar alimentação; recusar-se a dormir; evitar usar o banheiro; recusar participar das atividades propostas; recusar separar-se de seus objetos de apego, tais como chupetas e paninhos; ficar apático ou ao contrário muito agitado; bater e agredir outras crianças sem motivo aparente; ficar doente seguidamente ou desenvolver doenças crônicas ligadas ao intestino, ou, ao aparelho respiratório; machucar-se continuamente, entre inúmeros outros que são característicos de cada criança e de sua história de vida.
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Texto adaptado apartir do artigo Entre adaptar-se e ser acolhido in Revista Avisa Lá, nº 2 Cisele Ortiz (www.avisala.org.br)
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