Três etapas para uma boa reunião de pais
Preparação, encaminhamento e avaliação são passos imprescindíveis para um
encontro eficiente, capaz de fortalecer os vínculos entre educadores e
familiares.
Rita Trevisan (novaescola@atleitor.com.br)
=== PARTE 1 ====
Na CEINF Adriana Nogueira
Borges, em Campo Grande, pais veem as produções dos bebês e entendem a relação
delas com as habilidades adquiridas e as etapas do desenvolvimento. Desenhos,
por exemplo, são usados pelos professores para explicar a importância de expor
os pequenos a experiências artísticas
Todo educador sabe que é um desafio conduzir uma reunião de pais proveitosa.
Afinal, os familiares chegam a esse tipo de encontro com muita expectativa para
saber sobre os filhos, o que pode resultar em discussões a respeito de problemas
individuais e afastar o debate da pauta organizada. Para evitar armadilhas como
essa, é preciso começar a preparação bem antes da data prevista para a
realização do encontro.
Se bem planejadas, as reuniões de pais ajudam a
estabelecer um diálogo produtivo com as famílias e levantar informações que
podem ser úteis na organização da rotina na creche. Essa troca de ideias também
faz bem aos familiares, pois eles conseguem entender como as propostas de
trabalho desenvolvem as habilidades de seu bebê e ampliam as experiências deles.
"Quando os responsáveis pela Educação da criança em casa e na escola conversam,
têm mais elementos para entendê-la e apoiá-la", diz Janaina Maudonnet,
professora da especialização em Educação Infantil da Faculdade Sumaré, em São
Paulo. Para que as reuniões deem certo, elas devem contemplar três etapas,
apresentadas a seguir.
Preparação
A organização do encontro deve ser
feita em parceria com a coordenação pedagógica. Ele deve ter objetivos claros e seguir uma programação
predeterminada. Reuniões extensas e com pautas confusas afastam os pais da
escola. "Assim como os educadores reclamam de encontros de formação que não
levam a lugar nenhum, os pais sentem que perderam tempo quando não conseguem
aproveitar as reuniões", diz Elizabete Godoy, formadora do Centro Brasileiro de
Filosofia para Crianças, em São Paulo. O repasse de informes, por exemplo, pode
ser feito por escrito.
É preciso definir, com bastante antecedência, a
data das reunião e a forma de divulgá-la. O aviso pode ser feito por meio de
indicações no calendário entregue no início do ano, de cartazes, bilhetes na
agenda, e-mails, telefonemas e pessoalmente. Quanto mais canais de comunicação
forem estabelecidos, melhor. Também é importante pensar em soluções para quem
não tem com quem deixar as crianças. Uma saída é organizar um espaço onde elas
possam ser recebidas durante o encontro - um funcionário deve ser destacado para
cuidar delas.
A participação de outros parentes próximos ao pequeno deve
ser estimulada quando a presença dos pais não é possível. "É fundamental que a
pessoa conviva cotidianamente com o bebê e o conheça, o que permite a ela fazer
intervenções durante a reunião", explica Maria Letícia Nascimento, professora da
Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). Outra providência é
escolher um horário que não seja proibitivo para os responsáveis. O ideal é
reservar o período da noite ou os sábados.
Encaminhamento
Colocar-se na posição de especialista que tudo sabe não surte efeito. "Os pais também têm muito a contribuir. É preciso prever um espaço para a troca de ideias. O direito à voz enriquece esse tipo de encontro", defende Janaina. A fala deles deve ser valorizada, mas precisa estar prevista dentro de uma programação de atividades para que os objetivos gerais não se percam. Durante o encontro, sempre que possível, faça observações sobre o que os familiares disserem, intervindo de modo a levar questões apresentadas por eles do campo particular para o geral. "Passamos orientações que valem para todas as crianças. Por fim, atendo os pais interessados em conversas individuais", explica Tereza Cristina Bonfim Alves, educadora do CEINF Adriana Nogueira Borges, em Campo Grande.
Ela, que conhece bem os pequenos, é responsável por conduzir as reuniões: mostra os portfólios e explica as etapas do desenvolvimento infantil, associando-as às atividades desenvolvidas. De acordo com Janaina, é interessante mostrar os resultados de alguma proposta, justificando a importância do tema e refletindo com os pais sobre o tipo de aprendizado que ele trouxe à criança. Nesse momento, convém estimular a participação deles, uma vez que podem contar como a aprendizagem de determinados conteúdos repercutiu em casa. Outra possibilidade é mostrar fotos e vídeos simples, feitos com base em imagens captadas no dia a dia em sala. "Mesmo que os pais estejam interessados apenas em seus filhos, é muito importante que conheçam a dinâmica do grupo, as relações interpessoais e a maneira como todos olham e compreendem as atividades propostas", complementa Maria Letícia. No CEINF Jardim Rodolfo Pirani, em São Paulo, a educadora Denise Beraldo fez um painel de fotos e um vídeo das crianças no período de acolhimento, no início do ano letivo, para usar na reunião. "O objetivo era mostrar a rotina da creche e as interações entre os pequenos", explica. O encontro foi acompanhado pela coordenadora pedagógica, que esclareceu dúvidas gerais sobre a escola, fez fotos do evento e tomou notas dos temas discutidos para debater com a equipe de educadores posteriormente.
Avaliação
Para aprimorar continuamente os encontros com familiares, uma boa ideia é analisar as impressões dos presentes sobre o evento. Isso pode ser feito por meio de um questionário, preenchido ao fim da reunião. Com base nele, será possível avaliar o evento e discutir seus desdobramentos, levantando, por exemplo, temas para os próximos. "Uma conversa com a coordenação também pode ajudar a definir os passos seguintes", diz Cisele Ortiz, formadora do Instituto Avisa Lá, em São Paulo. A socialização dos resultados também deve ser valorizada. Divulgar fotos e depoimentos dos pais durante a reunião em murais na escola ou em sala pode ser uma boa estratégia, bem como compartilhá-los com as crianças. Vale ainda encerrar o trabalho com o envio de um resumo do encontro para quem não pode comparecer e também a apresentá-lo à equipe escolar.
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/creche-pre-escola/tres-etapas-boa-reuniao-pais-639051.shtml?page=2
No CEI Maria de Lourdes Scoralick Serretti preparamos a 1ª Reunião de pais com foco no acolhimento e a partir das questões necessárias ao trabalho a partir do olhar da Direção, Supervisão e Serviço Social.
Pensamos no horário para melhor atender os pais e no tempo, afinal muitos assuntos e pouco tempo. Foi aí que decidimos elaborar a cartilha do CEI onde repassamos todos os informes e ganhamos tempo na reunião.
Preparamos 09 reuniões, cada turma teve o seu momento, afinal são aprendizagens diferentes, necessidades diferentes. Organizamos o espaço, um café para acolher e um vídeo de fotos do nosso dia-a-dia para que os pais pudessem conhecer as atividades desenvolvidas com seu filho e com as demais crianças do CEI. Os pais encantaram-se com as imagens. Assim falamos de forma mais detalhada sobre o trabalho com a turma, suas necessidades e desenvolvimento o que permitiu a troca de ideias de alguns que se manifestaram relatando o que percebem em seu filho e também seus anseios em relação ao trabalho. Parte das professoras foram apresentadas e o restante da equipe apresentamos um material em Power Point com todos os responsáveis por cuidar e educar as crianças no CEI, do zelador à secretária escolar. Falamos sobre a equipe da cozinha e de seu trabalho cuidadoso com a alimentação, da limpeza, do carinho do zelador. Enfim, apresentamos toda a equipe.
Foi um momento de acolher que estava chegando, como é o caso dos pais do Berçário I e de reforçar parceria com quem já pertence ao grupo.
E para quem não compareceu e não justificou enviamos o material para casa com um recadinho cobrando de forma cuidadosa a sua participação.
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