No CEI Maria de Lourdes Scoralick Serretti o Brincar tem lugar privilegiado, afinal esta é a principal linguagem das crianças. É através do brincar que elas conhecem e compreendem o mundo.
São muitas as possibilidades de brincar oferecidas em um espaço de Educação Infantil, seja dentro ou fora da sala, em qualquer espaço e com diferentes materiais é possível brincar.
Para nos ajudar a garantir um brincar de qualidade às nossas crianças temos a nossa proposta curricular com o eixo A Criança e a Linguagem do Brincar que deixo a seguir alguns trechos.
A criança e a linguagem do brincar
Esse campo de experiência diz respeito ao jogo simbólico (faz de conta) e aos jogos e brincadeiras de uma maneira geral. O brincar é uma das principais formas de linguagem da criança. É através do brincar que a criança expressa seus sentimentos, relaciona-se, faz descobertas e inventa papeis, dando significado aos objetos do mundo natural e social.
Até algum tempo atrás, uma criança brincando era vista como se estivesse em um mundo só seu, à parte do nosso mundo real. Hoje, depois de muitos estudos, sabe-se, que por meio das brincadeiras, as crianças se constituem como indivíduos. Quando a criança brinca e joga, ela está desenvolvendo a capacidade de representar e de simbolizar o mundo, os objetos, a cultura e o afeto das pessoas que com ela convivem. É por este motivo que os jogos e brincadeiras infantis transformaram-se em um espaço de importância fundamental na Educação Infantil (OLIVEIRA, 1997).
O brincar caracteriza-se como uma mescla entre as apropriações culturais e a possibilidade de expressão da criança, fruto de sua forma particular de pensar e interagir com o mundo, que vai articulando suas experiências de vida às experiências em suas brincadeiras.
Uma das formas de apropriar-se da cultura se dá pelo contato com as imagens e representações sociais. Neste sentido, pode-se dizer que o brinquedo tem um lugar de destaque na apropriação cultural por ser um importante fornecedor de representações e imagens manipuláveis.
Brougère (2004), pesquisador do jogo, ajuda-nos a entender o brinquedo como uma “mídia“ que carrega conteúdos simbólicos, representações e valores culturais produzidos pela humanidade. Segundo o autor, a brincadeira, ao contrário do que pode parecer, não é espontânea, ela é sempre referendada pela cultura. Assim sendo, a brincadeira de médico que ocorre em nossa cultura é distinta da correspondente numa cultura indígena. Da mesma forma, o fato do jogo de bonecas estar presente principalmente entre as meninas, não é manifestação do instinto materno, mas sim reprodução das relações sociais existentes na cultura onde há uma divisão social do trabalho no cuidado com as crianças. Tal divisão, sendo minimizada, também tende a transformar a participação de meninos e meninas nesta brincadeira.
Brincar é, para a criança, sua própria forma de pensar sobre o mundo. Quando brinca, a criança está procurando compreender o mundo dos adultos no qual está inserida. A cultura infantil é um espaço de apropriação da experiência cultural do mundo adulto.
E o que as crianças podem aprender em situações de brincadeiras?
Ao vivenciarem experiências do brincar, espera-se que as crianças construam os seguintes conhecimentos e saberes (atitudes, valores, procedimentos):
· O conhecimento de si e do outro;
· A construção da identidade pessoal e cultural;
· A convivência com o outro;
· O compartilhamento de brinquedos e materiais;
· Novas formas e maneiras de brincar;
· A construção de atitudes e valores éticos e estéticos;
· Formas de resolver os conflitos;
· A ampliação do repertório de brincadeiras que fazem parte da cultura da criança e de outras culturas;
· A construção do pensamento lógico e abstrato;
· A construção do respeito às regras;
· Formas de interação com crianças da mesma idade, idades diferentes e com adultos.
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