domingo, 16 de abril de 2017

O Brincar.



De que forma você oportuniza às crianças de sua turma?
A Educação Infantil ocupa um lugar de destaque na vida das crianças, pois é neste período de tão importantes aquisições, que as crianças são inseridas no universo escolar e a qualidade do trabalho desenvolvido no interior das instituições pode ser decisiva para assegurar a elas o direito de brincar, como forma particular de expressão do pensamento, interação e comunicação infantil.
Garantia do Brincar na rotina
A prática pedagógica permeada pelo brincar possibilita ao professor aproximar-se do mundo da criança e a observá-la com mais propriedade, possibilitando intervenções cuidadosas em relação ao ato de brincar. Quando o educador compartilha uma brincadeira ou jogo com a criança, ele poderá ajudá-la a enfrentar eventuais insucessos, estimular seu raciocínio, sua reflexão, criatividade e autonomia, ou seja, quando o professor brinca junto com a criança, pode criar diversas situações que estimulam o seu desenvolvimento, a sua inteligência e afetividade.
Segundo Wajskop (1999), conhecer como e por que as crianças brincam é um caminho seguro para uma prática educativa que respeita o seu fazer lúdico. A observação atenta das brincadeiras e o respaldo teórico colaboram para que as intervenções dos educadores sejam apropriadas. 


As intervenções do professor
As intervenções por parte dos professores podem ser diretas ou indiretas. As intervenções indiretas dizem respeito à organização dos espaços, à seleção de materiais, ao gerenciamento do tempo para realização da atividade, bem como a avaliação e a observação. Já as intervenções diretas se dão na atuação do professor como mediador, facilitador, parceiro mais experiente, aquele que propõe novas idéias, compartilha, gerencia o tempo e a duração da brincadeira, intervindo nos momentos de conflitos, dando autonomia às crianças, respeitando e aceitando as diferentes formas de participação nas brincadeiras e atuando como modelo para as crianças.
Dessa forma, a intervenção do professor na organização dos diferentes espaços e tempos para ampliar as oportunidades de vivenciar as brincadeiras exige um planejamento que considere o caráter essencialmente lúdico das vivências infantis. Brincar, como a principal linguagem da infância, compreende um espaço de práticas que envolvem jogos, brinquedos e brincadeiras que garantem à criança o direito de se comunicar, de interagir, de aprender, de viver e conviver.
O espaço da sala
O espaço interno da sala deve ser organizado de forma a descentralizar a figura do professor, propiciar a autonomia das crianças e a interação entre elas. Esta organização se reflete no comportamento e nas formas de ação das crianças, que passam a se localizarem melhor em um ambiente organizado.


A variedade de Brinquedos 
Também é importante a variedade de brinquedos existentes na instituição, possibilitando a diversificação do trabalho. Também o espaço do berçário deve ser organizado de forma cuidadosa em relação ao tipo e quantidade de brinquedos expostos e o acesso das crianças, levando-se em consideração o período em que elas ficam na instituição. Deve-se ofertar uma variedade de brinquedos e objetos desafiadores, que estimulem o seu desenvolvimento para além da ação do professor.
Mesmo as crianças bem pequenas devem ter livre acesso aos objetos e estes devem ser organizados e disponibilizados à altura das crianças, de forma que elas possam escolhê-los. A utilização dos brinquedos se dá de acordo com a organização da rotina e o planejamento do professor, como também os horários institucionais para uso do pátio, recreio e brinquedoteca.
Assim é o papel do professor:
·         Organizar o espaço interno da sala, de forma a descentralizar a figura do professor, proporcionando a autonomia das crianças e a interação entre elas;
·         Criar espaços que permitam atividades livres, significativas e prazerosas, que possam ser realizadas através do brincar, de brincadeiras e de jogos;
·         Organizar espaços, tempos e materiais para o brincar;
·         Possibilitar que as crianças brinquem em diferentes espaços internos e externos e mesmo fora da instituição;
·         Possibilitar que as crianças escolham com quê, como e com quem brincar;
·         Encorajar a participação de todas as crianças nas brincadeiras;
·         Interagir e mediar conflitos durante as brincadeiras;
·         Ter sempre uma atitude atenta e observadora sobre as ações e falas das crianças durante as brincadeiras;
·         Possibilitar que as crianças explorem diversos objetos, materiais e brinquedos;
·         Oferecer um acervo de qualidade, espaços organizados e seguros, que oportunizem a criação e a imaginação;
·         Favorecer às crianças a capacidade de imaginar, de transformar uma coisa em outra;
·         Envolver-se nas brincadeiras das crianças;
·         Oportunizar momentos de conhecimento e de convivência entre as crianças;
·         Criar oportunidades para que as crianças construam suas próprias brincadeiras;
·         Investigar junto às famílias, as brincadeiras dos tempos atuais e de sua infância, trazendo-as para a escola;
·         Observar e registrar suas observações sobre as formas de brincar das crianças, para melhor conhecê-las e intervir, quando necessário;
·         Coletar e registrar as brincadeiras das crianças, para enriquecê-las em futuras oportunidades;
·         Construir brinquedos com as crianças;
·         Brincar junto com as crianças;
·         Propiciar situações para as crianças lidarem com as regras;
·         Criar oportunidades de interação entre crianças menores e maiores, nos jogos e brincadeiras.

Fonte: Proposta Curricular da Educação Infantil - Prefeitura Municipal de Nova Lima
Texto adaptado por Heloisa Pedroza Lima

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