quarta-feira, 11 de abril de 2018

Estimulação Precoce, você sabe o que significa?



Estimulação Precoce (EP) é um conjunto de ações psicomotoras cuja finalidade visa oferecer à criança estímulos fundamentais, que possibilitem desenvolver as habilidades necessárias para um crescimento sadio. É destinada a crianças desde o nascimento até os primeiros anos de vida, sendo fundamental na vida de qualquer criança, com ou sem deficiência para que em cada fase ela possa atingir o máximo do seu potencial e desenvolver as habilidades necessárias para o seu desenvolvimento integral. Para tanto é necessário que a criança na convivência com as pessoas, experimente coisas, vivencie situações com oportunidades adequadas que propiciem a ela, experiências necessárias para desenvolver o máximo de sua capacidade física, mental, emocional e social. (PÉREZ-RAMOS & amp; PÉREZ-RAMOS, 1996).
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A EP é fundamental para a criança em seus primeiros anos de vida, principalmente para as que não receberam os estímulos necessários e atenção às suas necessidades de desenvolvimento físico e cognitivo. É importante ressaltar que cada criança tem seu ritmo próprio de desenvolvimento seguindo determinados padrões evolutivos comuns a todas, mas se uma criança não responde aos estímulos deve-se proporcionar, com cuidado, atividades que irão desenvolver sua capacidade de forma crescente.
De acordo com as diretrizes educacionais sobre estimulação precoce (BRASIL, 1995), o emprego de programas de estimulação precoce pode prevenir e/ou atenuar possíveis atrasos e defasagens no desenvolvimento infantil. E muitas crianças, hoje com deficiência, poderiam ter tido um desenvolvimento normal, se tivessem recebido, efetivamente, medidas de prevenção. A infância é caracterizada pela mudança de comportamento, influenciada pelos fatores biológicos e pelo meio ambiente, portanto, é fundamental que todo profissional que trabalhe com a EP tenha conhecimento das sucessivas mudanças física e cognitiva do desenvolvimento infantil, ou seja, sua prática deve ser pautada no conhecimento científico. O conhecimento das etapas do desenvolvimento infantil proporciona aos profissionais da área da EP, possibilidades de aplicar os estímulos corretos para cada fase da criança.
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Sua importância está tanto na manutenção do desenvolvimento  psicomotor, como também estimula o desenvolvimento integral das crianças com ou sem necessidades especiais e ainda àquelas sujeitas à aquisição de distúrbios. Entenda-se “psicomotor”, como designação de dois aspectos: a adaptação do organismo ao meio que desenvolve o raciocínio e a socialização, uma realização de seus desejos, uma junção entre movimentos e sentidos, de ações desejadas e sofridas onde a maturação e o neuromotor ocupam lugar fundamental durante o  desenvolvimento da criança nos seus primeiros anos de vida (HERREN & HERREN, 1986).
A estimulação baseia-se em motivar e impulsionar a criança a realizar atividades de sua própria vontade e iniciativa, objetivando que a mesma alcance as condições necessárias e favoráveis ao seu desenvolvimento de acordo com as suas limitações e possibilidades físicas e motoras, ou seja, no tempo certo e correspondente à idade (TISI, 2010).
Espera-se que a estimulação crie condições facilitadoras de desenvolvimento, proporcionando na criança, pelo seu próprio interesse, uma mobilização através das brincadeiras para o desenvolvimento das atividades social e afetiva com o adulto, produzindo uma resposta do seu esforço para que se alcance um determinado objetivo. A estimulação precoce começa no meio familiar e é indispensável à interação mãe-filho. Esse apoio afetivo, juntamente com estímulos de coisas e pessoas ao redor, irão proporcionar à criança o desenvolvimento cognitivo e motor necessários e fundamentais para um crescimento saudável. A EP propõe o desenvolvimento integral levando em conta suas especificidades, ou seja, suas diferenças em relação às crianças sem deficiência, com o intento de prevenir ou minimizar os efeitos das mesmas. A importância da estimulação precoce está na prevenção da aquisição dessas deficiências, não só nos primeiros anos de vida, como também nos anos posteriores, proporcionando a essas crianças que são provenientes de lares empobrecidos ou crianças que apresentam retardo em seu desenvolvimento psicomotor, um desenvolvimento mais equilibrado e sadio, diminuindo ou prevenindo a intensidade dos distúrbios (RAMOS, 1978).
Segundo as Diretrizes Educacionais sobre Estimulação Precoce, os resultados de experiências clínicas, pedagógicas e de diversos estudos ao longo de décadas concluíram entre outros, que: “A carência, a inadequação, inclusive a sobrecarga de estimulação nos primeiros anos de vida, diminuem o ritmo natural do processo evolutivo infantil, aumentando também o distanciamento dos padrões do desenvolvimento físico, sensório-perceptivo, motor, socioafetivo, cognitivo e da linguagem.” (BRASIL, 1995, p.7).
Ressalta-se que os efeitos de estímulos inapropriados, excessivos ou a ausência destes, terão impactos negativos e podem ocasionar atraso no desenvolvimento cognitivo e motor da criança, intensificando distúrbios, ou proporcionando situações de sensibilidade para a ocorrência de deficiências mentais, motoras, auditivas ou visuais.
O presente estudo, portanto, justifica-se pela necessidade de a estimulação precoce, fundamentada na literatura, ser facilitador da aprendizagem, ser preventiva ou atenuante das deficiências e/ ou transtornos adquiridos durante o desenvolvimento da criança, como também pela importância desses estímulos nas fases do desenvolvimento infantil, pois é nos primeiros anos de vida que ocorrem
transformações essenciais durante a aquisição de habilidades que determinarão a qualidade de vida da criança, beneficiando a sociedade
como um todo.
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Referências: ARRIAGADA , H. M. Consideraciones generales sobre estimulación temprana . In S., Braslic, J. M., Haeussler, M. I., Lira , H.,
Montenegro & S., Rodríguez.  Estimulación temprana: importancia del ambiente para El desarrollo de niño (2ª ed., pp. 13-36).
Santiago Chile: Alfabeta, 1978. BRASIL.
Diretrizes educacionais sobre estimulação precoce: o portador de necessidades educativas especiais. Secretaria de Educação Especial. Brasília: MEC, SEESP, 1995.
Texto de pesquisa na Net e adaptado por Heloisa Pedroza Lima.

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