Estimulação Precoce (EP) é um conjunto de ações
psicomotoras cuja finalidade visa oferecer à criança estímulos fundamentais,
que possibilitem desenvolver as habilidades necessárias para um crescimento
sadio. É destinada a crianças desde o nascimento até os primeiros anos de vida,
sendo fundamental na vida de qualquer criança, com ou sem deficiência para que
em cada fase ela possa atingir o máximo do seu potencial e desenvolver as
habilidades necessárias para o seu desenvolvimento integral. Para tanto é necessário
que a criança na convivência com as pessoas, experimente coisas, vivencie
situações com oportunidades adequadas que propiciem a ela, experiências
necessárias para desenvolver o máximo de sua capacidade física, mental,
emocional e social. (PÉREZ-RAMOS & amp;
PÉREZ-RAMOS, 1996).
(...)
A EP é fundamental para a criança em seus primeiros
anos de vida, principalmente para as que não receberam os estímulos necessários
e atenção às suas necessidades de desenvolvimento físico e cognitivo. É importante
ressaltar que cada criança tem seu ritmo próprio de desenvolvimento seguindo
determinados padrões evolutivos comuns a todas, mas se uma criança não responde
aos estímulos deve-se proporcionar, com cuidado, atividades que irão
desenvolver sua capacidade de forma crescente.
De acordo com as diretrizes educacionais sobre
estimulação precoce (BRASIL, 1995), o emprego de programas de estimulação
precoce pode prevenir e/ou atenuar possíveis atrasos e defasagens no
desenvolvimento infantil. E muitas crianças, hoje com deficiência, poderiam ter
tido um desenvolvimento normal, se tivessem recebido, efetivamente, medidas de
prevenção. A infância é caracterizada pela mudança de comportamento,
influenciada pelos fatores biológicos e pelo meio ambiente, portanto, é fundamental
que todo profissional que trabalhe com a EP tenha conhecimento das sucessivas
mudanças física e cognitiva do desenvolvimento infantil, ou seja, sua prática
deve ser pautada no conhecimento científico. O conhecimento das etapas do desenvolvimento
infantil proporciona aos profissionais da área da EP, possibilidades de aplicar
os estímulos corretos para cada fase da criança.
(...)
Sua importância está tanto na manutenção do
desenvolvimento psicomotor, como também estimula o desenvolvimento
integral das crianças com ou sem necessidades especiais e ainda àquelas
sujeitas à aquisição de distúrbios. Entenda-se “psicomotor”, como designação de
dois aspectos: a adaptação do organismo ao meio que desenvolve o raciocínio e a
socialização, uma realização de seus desejos, uma junção entre movimentos e
sentidos, de ações desejadas e sofridas onde a maturação e o neuromotor ocupam
lugar fundamental durante o desenvolvimento da criança nos seus primeiros
anos de vida (HERREN & HERREN, 1986).
A estimulação baseia-se em motivar e impulsionar a
criança a realizar atividades de sua própria vontade e iniciativa, objetivando
que a mesma alcance as condições necessárias e favoráveis ao seu
desenvolvimento de acordo com as suas limitações e possibilidades físicas e
motoras, ou seja, no tempo certo e correspondente à idade (TISI, 2010).
Espera-se que a estimulação crie condições
facilitadoras de desenvolvimento, proporcionando na criança, pelo seu próprio interesse,
uma mobilização através das brincadeiras para o desenvolvimento das atividades
social e afetiva com o adulto, produzindo uma resposta do seu esforço para que
se alcance um determinado objetivo. A estimulação precoce começa no meio familiar
e é indispensável à interação mãe-filho. Esse apoio afetivo, juntamente com estímulos
de coisas e pessoas ao redor, irão proporcionar à criança o desenvolvimento cognitivo
e motor necessários e fundamentais para um crescimento saudável. A EP propõe o desenvolvimento
integral levando em conta suas especificidades, ou seja, suas diferenças em
relação às crianças sem deficiência, com o intento de prevenir ou minimizar os
efeitos das mesmas. A importância da estimulação precoce está na prevenção da
aquisição dessas deficiências, não só nos primeiros anos de vida, como também
nos anos posteriores, proporcionando a essas crianças que são provenientes de
lares empobrecidos ou crianças que apresentam retardo em seu desenvolvimento
psicomotor, um desenvolvimento mais equilibrado e sadio, diminuindo ou prevenindo
a intensidade dos distúrbios (RAMOS, 1978).
Segundo as Diretrizes Educacionais sobre
Estimulação Precoce, os resultados de experiências clínicas, pedagógicas e de diversos
estudos ao longo de décadas concluíram entre outros, que: “A carência, a inadequação,
inclusive a sobrecarga de estimulação nos primeiros anos de vida, diminuem o
ritmo natural do processo evolutivo infantil, aumentando também o distanciamento
dos padrões do desenvolvimento físico, sensório-perceptivo, motor,
socioafetivo, cognitivo e da linguagem.” (BRASIL, 1995, p.7).
Ressalta-se que os efeitos de estímulos inapropriados,
excessivos ou a ausência destes, terão impactos negativos e podem ocasionar
atraso no desenvolvimento cognitivo e motor da criança, intensificando distúrbios,
ou proporcionando situações de sensibilidade para a ocorrência de deficiências mentais,
motoras, auditivas ou visuais.
O presente estudo, portanto, justifica-se pela
necessidade de a estimulação precoce, fundamentada na literatura, ser
facilitador da aprendizagem, ser preventiva ou atenuante das deficiências e/ ou
transtornos adquiridos durante o desenvolvimento da criança, como também pela
importância desses estímulos nas fases do desenvolvimento infantil, pois é nos
primeiros anos de vida que ocorrem
transformações essenciais durante a aquisição de
habilidades que determinarão a qualidade de vida da criança, beneficiando a
sociedade
como um todo.
(...)
Referências:
ARRIAGADA , H. M. Consideraciones generales sobre estimulación temprana . In S., Braslic, J. M., Haeussler, M. I., Lira , H.,
Montenegro
& S., Rodríguez. Estimulación temprana:
importancia del ambiente para El desarrollo de niño (2ª ed., pp. 13-36).
Santiago
Chile: Alfabeta, 1978. BRASIL.
Diretrizes
educacionais sobre estimulação precoce: o portador de necessidades educativas
especiais. Secretaria de Educação Especial. Brasília: MEC, SEESP, 1995.
Texto de pesquisa na Net e adaptado por Heloisa Pedroza Lima.
Texto de pesquisa na Net e adaptado por Heloisa Pedroza Lima.
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