quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Folclore

O jeito certo de trabalhar o folclore

Tema vai muito além das lendas e cantigas de roda. Aborde elementos que fazem parte do cotidiano dos alunos.

Quando chega o mês de agosto, muitos professores tiram os livros sobre folclore da estante, pesquisam na internet e preparam algumas aulas sobre o tema para apresentá-lo aos alunos. "Trabalhar o assunto apenas em agosto se tornou uma tradição no ensino brasileiro", diz Alberto Ikeda, professor de Cultura Popular e Etnomusicologia do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp), campus São Paulo. Esse é um primeiro problema na abordagem do tema - mas nem de longe é o único. Outro equívoco é resumir o folclore às lendas e cantigas de roda, algo raso e redutor.
Uma primeira providência essencial diz respeito à compreensão da noção de folclore. Em sua origem inglesa, informa o dicionário Houaiss, a palavra folclore significa o ato de ensinar (lore) um conjunto de costumes, lendas e manifestações artísticas do povo (folk) preservados pela tradição oral. Essa definição é um tanto redutora se levarmos em consideração o fato de que toda manifestação cultural é influenciada pelo contexto de quem a produz e que esse contexto, por sua vez, está em constante mudança. Sendo assim, o conceito de folclore é muito mais dinâmico do que parece: envolve diversas vertentes da cultura popular (música, dança, relatos orais etc.) e continua sendo produzido até hoje. "É impossível abordar o assunto sem considerar os elementos que fazem parte do cotidiano dos estudantes", afirma Teca Soub, coordenadora do Núcleo de Alfabetização da Prefeitura de São Caetano, SP.
Ensinar ao aluno que os elementos de sua própria cultura fazem parte do folclore brasileiro é um dos maiores desafios enfrentados por professores ao tratar do tema. Quando chegam à escola, as crianças trazem com elas os elementos culturais que estão mais próximo delas. Por isso, explicar a elas que essa "cultura caseira" faz parte da noção de folclore funciona melhor do que simplesmente apresentar lendas e mitos sem contextualizá-los. "Tal atitude faz os alunos considerarem como folclore elementos que estão distantes deles, dos quais não participam", explica Ikeda. "Isso pode provocar um desinteresse geral".
Estimular os estudantes a pesquisar sobre suas próprias comunidades e até mesmo hábitos familiares pode ser um ótimo ponto de partida para o ensino da noção de folclore. "A criança só pode entender a diversidade se perceber que faz parte disso", diz Ikeda. Uma forma eficiente de trazer essas questões para a sala de aula é contar que o conjunto desses costumes determina os aspectos culturais de um povo.
Tendo isso em mente, fica clara a inadequação de tratar o tema apenas em agosto. Desenvolver projetos que trabalhem aspectos da cultura brasileira no decorrer de todo o ano letivo é fundamental. "Em vez de abordar os elementos da cultura apenas no mês de agosto por mera convenção, é mais coerente adaptar os currículos das escolas de acordo com as manifestações culturais regionais", diz Teca
A abordagem por etapas de ensino
Educação Infantil
Para aproximar o folclore da realidade dos alunos na Educação Infantil, os educadores podem inserir nos planos de aula brincadeiras e cantigas de roda (como ponto de partida e não como abordagem exclusiva). Além de estimular o movimento, algo fundamental nessa etária, elas ajudam as crianças a desenvolver a fala. Batucar e dançar ritmos regionais, por exemplo, faz os pequenos entrarem em contato com manifestações artísticas locais, que são expressões de sua cultura. "Começar com aquilo que o aluno traz facilita o entendimento da diversidade cultural", diz Ikeda.

Cantigas de roda para crianças da Educação Infantil

Ouça esta coletânea de cantigas de roda e aprenda como utilizá-las para desenvolver as brincadeiras, os movimentos e a linguagem oral dos pequenos, além de contribuir para a iniciação musical deles

Aqui você pode encontrar também:
Jogos e brincadeiras, pesquisa sobre o Brincar.
Acesse http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/4-a-6-anos/cantigas-roda-pre-escola-590941.shtml

A garotada entra no ritmo com as danças de roda

As crianças rodopiam e cantam canções que têm temas pra lá de variados: barata, peixe, feiticeira... Além de ser um ótimo exercício físico, essa brincadeira ajuda a desenvolver a fala

Mais que passatempos, as brincadeiras de roda desenvolvem a expressão oral, a audição e o ritmo dos pequenos. Enquanto rodam no pátio, cantando as divertidas canções, eles ainda se exercitam, trabalhando o equilíbrio e a coordenação motora. Vale um lembrete: é importante que os alunos conheçam a coreografia tradicional das cirandas como forma de preservar nossa cultura. Mas incentive as adaptações e a criação de movimentos. Assim, você mantém o interesse da garotada em alta. Mas incentive as adaptações e a criação de movimentos. Assim, você mantém o interesse da garotada em alta.

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/4-a-6-anos/garotada-entra-ritmo-dancas-roda-422968.shtml

Brinquedos tradicionais: ioiô, pião e peteca

PIÃO
Características
Também chamado de pinhão, esse objeto cônico, geralmente de madeira e com ponta metálica, gira com velocidade ao ser lançado com a ajuda de um cordão enrolado ao seu redor. Ele possibilita diferentes movimentos, como o giro sobre o próprio eixo num mesmo ponto e a jogada de vida ou morte, em que é lançado sobre outro com o objetivo de derrubá-lo.
Origem
Os primeiros piões remontam à Antiguidade, sendo que na Grécia eram chamados de strombos e, em Roma, de turbos.
Por que propor Para a turma ampliar o repertório de brinquedos conhecidos.
Como enriquecer o brincar
■ Pesquise com as crianças outros exemplos de brinquedos tradicionais e o lugar de origem deles.
O erro mais comum
■ Propor que a turma faça jogadas elaboradas com o pião. Manipulá-lo requer prática e no início o importante é que a turma entre em contato com ele.

IOIÔ Características
Formado por dois discos unidos no centro por um eixo em que é presa uma corda. Segurando a ponta amarrada a um dedo, deixa-se cair o brinquedo com um impulso a fim de fazê-lo subir e descer diversas vezes.
Origem
Foi inventado na China há aproximadamente 3 mil anos.
Por que propor
Para estimular as crianças a observar movimentos.
Como enriquecer o brincar
■ Peça aos pais que mostrem aos pequenos como se brinca com o ioiô.
O erro mais comum
■ Esperar que as crianças manipulem o objeto com destreza. Elas só aprendem a impulsioná-lo corretamente com o passar do tempo. No início, manter o brinquedo preso ao dedo e soltá-lo, fazendo a corda desenrolar, já é um ganho.

PETECA
Características
Formado por uma base arredondada, sobre a qual se encaixam penas, o objeto é lançado de uma pessoa a outra com golpes dados com a palma da mão.
Origem
Índios de várias etnias que viviam em diversas regiões do Brasil quando os portugueses chegaram aqui brincavam com uma trouxinha feita com pedras enroladas em folhas chamada pe’teka, que significa "bater".
Por que propor
Para a turma conhecer brinquedos que podem ser jogados, além da bola.
Como enriquecer o brincar
■ Convide crianças maiores para ensinar ao grupo a jogar peteca, mostrando em cena a diversidade de regras.
O erro mais comum
■ Não levar para a escola esse tipo de brinquedo. Acreditar que eles são antiquados não faz sentido. A função da escola é ampliar a cultura da garotada.
 

Era uma vez...   lendas e fábulas

Relembre os principais mitos e histórias da cultura popular nacional e internacional recontados por grandes autores e publicados em NOVA ESCOLA. 

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/leitura-literaria/era-uma-vez-fabulas.shtml
Bom trabalho com suas crianças,
elas vão adorar.
 

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