Como o gosto pela leitura pode ser estimulado na educação infantil
A leitura em voz alta e a contação de histórias são práticas que devem estar presentes na escola
Débora Rubin e Claudia Jordão
Em
um contexto de pouca valorização da leitura, como a escola pode
contribuir para a formação de leitores no Brasil?
Como superar seus
desafios e formar leitores autônomos que gostem de ler?
Ensinar algo tão
grandioso é uma tarefa desafiadora, mas, talvez por isso mesmo, uma das
mais fantásticas que existem.
O estímulo à leitura pode começar desde cedo, ainda na educação
infantil.
Veja abaixo o cenário da formação de leitores na primeira
infância, seus desafios e exemplos de práticas.
Cenário
A
Academia Americana de Pediatria recomenda aos médicos que orientem os
pais a lerem para os seus filhos. Desde o nascimento, a superestimulação
tem se tornado uma constante em casa e invadido o espaço escolar.
Livros no banho e e-books são elementos cuja proposta é desencadear o
gosto pela leitura logo cedo. O equilíbrio entre inseri-los na cultura
letrada e "forçar" funções para as quais ainda não estão preparados,
defendem os especialistas, depende de bom senso.
Desafio
Como
mediadores, pais e educadores têm a missão de apresentar os livros, as
histórias e o mundo da imaginação a seus filhos e alunos. A falta de
materiais de trabalho nas escolas é um problema a ser enfrentado.
Pesquisa da pedagoga Cyntia Girotto revela que os livros do Programa
Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) não contemplam crianças dos 0 até
os 3 anos. O estudo "Literatura e Primeira Infância: dois municípios em
cena e o PNBE na formação de crianças leitoras" foi realizado de 2011 a
2014 em Presidente Prudente e Marília, interior paulista. "Negar o
acesso desse material aos pequenos é negar a eles a possibilidade de
forjarem para si, desde a tenra infância, uma identidade leitora", diz
Cyntia, professora na Faculdade de Filosofia e Ciências da
Unesp-Marília.
Exemplos de práticas
O
primeiro passo é o professor ter um critério para a escolha dos
títulos. Afinal, nessa fase pré-alfabetização eles têm especificidades e
mudam conforme a idade. "O livro do bebê é especial: tem de ser
cartonado, ou emborrachado, e o texto imagético deve se agregar ao texto
escrito, o que aguça as percepções, atenção, linguagem oral e memória",
explica Cyntia Girotto. A partir dos 3 anos, obras que se utilizam do
lúdico e da fantasia despertam a imaginação. A leitura em voz alta e a
contação de histórias são práticas que devem estar presentes na escola.
Para as crianças maiores, vale investir em rodas de leitura e na
elaboração de ilustrações ou dramatizações a partir de um texto. "Quando
partilhada, a leitura se torna saborosa, se transforma em uma
experiência formadora", defende Gilda Carvalho, mestre em Literatura
Brasileira e uma das autoras do Manual de reflexões sobre boas práticas
de leitura (Editora Unesp).
Fonte: http://revistaeducacao.uol.com.br/textos/213/como-o-gosto-pela-leitura-pode-ser-estimulado-na-educacao-335626-1.asp
Nenhum comentário:
Postar um comentário