De que forma você oportuniza às crianças de sua turma?
A Educação Infantil ocupa um lugar de
destaque na vida das crianças, pois é neste período de tão importantes
aquisições, que as crianças são inseridas no universo escolar e a qualidade do
trabalho desenvolvido no interior das instituições pode ser decisiva para
assegurar a elas o direito de brincar, como forma particular de expressão do
pensamento, interação e comunicação infantil.
Garantia do Brincar na rotina
A prática pedagógica permeada pelo
brincar possibilita ao professor aproximar-se do mundo da criança e a
observá-la com mais propriedade, possibilitando intervenções cuidadosas em
relação ao ato de brincar. Quando o educador compartilha uma brincadeira ou
jogo com a criança, ele poderá ajudá-la a enfrentar eventuais insucessos,
estimular seu raciocínio, sua reflexão, criatividade e autonomia, ou seja,
quando o professor brinca junto com a criança, pode criar diversas situações
que estimulam o seu desenvolvimento, a sua inteligência e afetividade.
Segundo Wajskop (1999), conhecer como
e por que as crianças brincam é um caminho seguro para uma prática educativa
que respeita o seu fazer lúdico. A observação atenta das brincadeiras e o
respaldo teórico colaboram para que as intervenções dos educadores sejam
apropriadas.
As intervenções do professor
As intervenções por parte dos
professores podem ser diretas ou indiretas. As intervenções indiretas dizem
respeito à organização dos espaços, à seleção de materiais, ao gerenciamento do
tempo para realização da atividade, bem como a avaliação e a observação. Já as
intervenções diretas se dão na atuação do professor como mediador, facilitador,
parceiro mais experiente, aquele que propõe novas idéias, compartilha, gerencia
o tempo e a duração da brincadeira, intervindo nos momentos de conflitos, dando
autonomia às crianças, respeitando e aceitando as diferentes formas de
participação nas brincadeiras e atuando como modelo para as crianças.
Dessa forma, a intervenção do
professor na organização dos diferentes espaços e tempos para ampliar as
oportunidades de vivenciar as brincadeiras exige um planejamento que considere
o caráter essencialmente lúdico das vivências infantis. Brincar, como a principal
linguagem da infância, compreende um espaço de práticas que envolvem jogos,
brinquedos e brincadeiras que garantem à criança o direito de se comunicar, de
interagir, de aprender, de viver e conviver.
O espaço da sala
O espaço interno da sala deve ser
organizado de forma a descentralizar a figura do professor, propiciar a
autonomia das crianças e a interação entre elas. Esta organização se reflete no
comportamento e nas formas de ação das crianças, que passam a se localizarem
melhor em um ambiente organizado.
A variedade de Brinquedos
Também é importante a variedade de
brinquedos existentes na instituição, possibilitando a diversificação do
trabalho. Também o espaço do berçário deve ser organizado de forma cuidadosa em
relação ao tipo e quantidade de brinquedos expostos e o acesso das crianças, levando-se
em consideração o período em que elas ficam na instituição. Deve-se ofertar uma
variedade de brinquedos e objetos desafiadores, que estimulem o seu
desenvolvimento para além da ação do professor.
Mesmo as crianças bem pequenas devem
ter livre acesso aos objetos e estes devem ser organizados e disponibilizados à
altura das crianças, de forma que elas possam escolhê-los. A utilização dos
brinquedos se dá de acordo com a organização da rotina e o planejamento do
professor, como também os horários institucionais para uso do pátio, recreio e
brinquedoteca.
Assim é o papel do professor:
·
Organizar o espaço interno da sala, de forma a descentralizar a figura do
professor, proporcionando a autonomia das crianças e a interação entre elas;
·
Criar espaços que permitam atividades livres, significativas e
prazerosas, que possam ser realizadas através do brincar, de brincadeiras e de
jogos;
·
Organizar espaços, tempos e materiais para o brincar;
·
Possibilitar que as crianças brinquem em diferentes
espaços internos e externos e mesmo fora da instituição;
·
Possibilitar que as crianças escolham com quê, como e com
quem brincar;
·
Encorajar a participação de todas as crianças nas
brincadeiras;
·
Interagir e mediar conflitos durante as brincadeiras;
·
Ter sempre uma atitude atenta e observadora sobre as ações
e falas das crianças durante as brincadeiras;
·
Possibilitar que as crianças explorem diversos objetos,
materiais e brinquedos;
·
Oferecer um acervo de qualidade, espaços organizados e
seguros, que oportunizem a criação e a imaginação;
·
Favorecer às crianças a capacidade de imaginar, de
transformar uma coisa em outra;
·
Envolver-se nas brincadeiras das crianças;
·
Oportunizar momentos de conhecimento e de convivência
entre as crianças;
·
Criar oportunidades para que as crianças construam suas
próprias brincadeiras;
·
Investigar junto às famílias, as brincadeiras dos tempos
atuais e de sua infância, trazendo-as para a escola;
·
Observar e registrar suas observações sobre as formas de
brincar das crianças, para melhor conhecê-las e intervir, quando necessário;
·
Coletar e registrar as brincadeiras das crianças, para
enriquecê-las em futuras oportunidades;
·
Construir brinquedos com as crianças;
·
Brincar junto com as crianças;
·
Propiciar situações para as crianças lidarem com as
regras;
·
Criar oportunidades de interação entre crianças menores e
maiores, nos jogos e brincadeiras.
Fonte: Proposta Curricular da Educação Infantil - Prefeitura Municipal de Nova Lima
Texto adaptado por Heloisa Pedroza Lima
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