Fácil?
Difícil para mãe s professoras!
Mas necessário, afinal está chegando a hora.
Largar as fraldas é uma aventura que, regra geral, demora algum tempo e requer uma boa dose de paciência e de bom senso por parte dos adultos. Até aos 18 meses as crianças fazem as suas necessidades de forma automática, ou seja é um reflexo fisiológico. Só a partir daqui é que as crianças se tornam capazes de reconhecer que têm vontade de fazer chichi ou cocó (uma vez que só por volta desta idade os músculos dos esfíncteres estão suficientemente desenvolvidos), de o manifestar e de controlar a sua saída. Claro que isto varia de criança para criança.
Mas atenção, tenha sempre presente que largar as fraldas não se faz de um dia para o outro, pois não é uma tarefa fácil para a criança e que ela vai precisar de toda a ajuda e compreensão. A criança precisa aprender a estar atenta a uma sensação física, coisa que até aqui não necessitava de fazer. Terá que ter consciência de que a distracção lhe trará sensações desagradáveis como estar suja ou molhada. Vai necessitar de aprender a reter os cocós e os chichis o tempo suficiente até chegar à sanita/bacio e de saber o que fazer quando a vontade lhe “bate à porta”.
Aqui ficam algumas “dicas” para ajudar o/a seu/sua filho/a nesta fase tão importante da sua vida, que não é nada mais, nada menos que um passo para a conquista da sua autonomia!
Converse com a criança! – Antes de retirar a fralda à criança converse com ela explicando-lhe o que se vai passar. Convém que a criança tenha já noção do que é o chichi e o cocó, pois sem conhecer os conceitos e os objectos, não vai resultar. Mostre-lhe que a mamã e o papá também usam cuecas, pois as crianças adoram imitar os adultos e sentem-se mais crescidas se fizerem as coisas que os adultos fazem. Ofereça-lhe cuecas com motivos divertidos, que sejam escolhidas pela criança, de forma a conseguir motivar ainda mais a criança.
O tempo que passa na sanita/bacio! – Quando se inicia todo este processo, é fundamental criar uma rotina, uma vez que estas oferecem estabilidade e segurança às crianças. Escolha determinados momentos do dia para sentar a criança na sanita/bacio. Durante este tempo, deixe-a brincar com um brinquedo ou ver um livro para que não se aborreça. Mesmo que a criança não faça nada, não a deixe estar mais de 15 min sentada, pois queremos que este tempo seja divertido e não maçador. Esteja preparado/a para umas pinturas diferentes na sua casa de banho, pois as crianças adoram explorar tudo com as mãos e estes presentes não são excepção…
Faça uma festa! – E um dia, finalmente, no fundo da sanita está um presente! Não se acanhe, é uma proeza fantástica, festeje: bata palmas, cubra-a de beijos e diga-lhe como está contente por ter feito chichi ou cocó na sanita/bacio. Isso faz com que a criança se sinta valorizada e queira repetir a proeza. Mas não se iluda, pois poderão haver passos para trás e não ser definitivo.
Seja coerente! – Deixar as fraldas não é só trabalho para as crianças, mas também para os pais que deixam de estar sossegados imaginando os chichis e cocós religiosamente guardados dentro da fralda, para passarem a estar preocupados sobre o sitio e a hora a que estes se vão lembrar de fugir pelas pernas abaixo dos filhos… Se quer que o seu filho deixe a fralda de vez não vale fazer batota e colocar-lhe fralda quando lhe dá mais jeito. Se não como é que a criança vai perceber o que se está a passar se uma vez lhe pedimos que faça na sanita e outras lhe voltamos a colocar uma fralda? Se mesmo que lhe tenha posto fraldas para sair ou porque a criança vai dormir e está de fralda, ela lhe pedir para fazer chichi ou cocó, não caia no erro de lhe dizer para fazer na fralda, apesar de mais cómodo, pois a criança não vai perceber porque tem de usar a sanita quando tem autorização para fazer na fralda. A nossa coerência só faz com que eles aprendam.
Porque os acidentes acontecem! – Durante o processo de controlo dos esfíncteres é quase certo que irão acontecer “acidentes”, ou seja, vários chichis e cocós vão fugir do controlo das crianças e estatelar-se na bonita carpete da sala, no chão da cozinha, no tapete do quarto, etc. Por isso nunca se esqueça que a criança está em fase de aprendizagem e que o que ela está a tentar conseguir não é tarefa fácil. Não sucumba à tentação de ralhar, punir ou humilhar a criança, porque isso só vai fazer com que ela se sinta desvalorizada ou incapaz.
Em harmonia com a escola! – Para que tudo corra da melhor forma, é ideal começar este processo em ambos os lados (escola e casa) de modo a que a criança sinta uma certa harmonia e perceba porque é que vai à sanita/bacio.
(Dicas retiradas do livro Matilde - Vasco, este é o bacio!!!)
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